domingo, 2 de agosto de 2015

KUNG FU PANDA II

Resultado de imagem para KUNG fu PANDA IIIntrodução
1. Sinopse do filme: Kung Fu Panda 2
2. Analisando os signos de Panda Po
3. Observações sobre os personagens :
Conclusão

Introdução

O panda Po está vivendo seu sonho. Reverenciado como o Guerreiro Dragão do Kung Fu, ele é idolatrado por toda a cidade que ajuda a proteger além de poder lutar ao lado de seus ídolos das artes marciais, os Cinco Furiosos: Tigresa, Macaco, Víbora, Garça e o  Louva-a-Deus.
O problema é que agora eles têm que enfrentar uma ameaça muito mais poderosa que o temido Tai Long, que era um Leopardo. A ameaça é Shen , um pavão que tempos atrás era um príncipe que aprendeu a usar a pólvora que os chineses usavam somente para fogos de artifícios em uma arma letal. Quando um oráculo lhe diz que ele será derrotado por um panda, Shen manda exterminar todos os pandas da região. E quando seus pais descobrem seu ato abominável o banem do reino. Hoje, Shen volta com suas armas que podem acabar não somente com a China, mas com o próprio Kung Fu Panda o qual vive um grande conflito interno por conta da sua busca pelos seus pais verdadeiros e, consequentemente, sua verdadeira identidade.
 1. 
A animação começa mostrando como o príncipe pavão Lorde Sheen ao ouvir a profecia de que seria derrotado por um ser preto e branco, manda matar todos os pandas. Seus pais, desapontados com o ato impensado, o expulsam do reino. Ele sai de lá jurando voltar para se vingar e dominar o país. Utilizando o avançado recurso dos chineses na exploração da pólvora para fazer os belos fogos de artifício, ele inventa a arma de fogo, mais especificamente, um enorme canhão, que coloca em risco a China e o kung fu. Cabe então a Po e seus companheiros derrotá-lo.
2. 
A tarefa não se mostra fácil, principalmente porque quando o Kung Fu Panda se confronta com Lorde Shen ele sofre um estranho “apagão” que está intimamente ligado ao seu passado de abandono e posterior adoção por Mr Ping.
Esses constantes blecautes e os flashbacks decorrentes (ele começa a se recordar vagamente de seus pais e das circunstâncias do seu abandono) o enfraquecem diante dos seus inimigos. Ele precisa saber, afinal, quem ele é para encontrar a “paz interior” e a força do dragão guerreiro.
Portanto o maior desafio de Po, não é vencer seu adversário, mas sim acreditar em si mesmo, conquistando assim a confiança de seu Mestre e dos seus companheiros.
Habituado a se ver apenas como um futuro especialista na área gastronômica, mais particularmente na arte do macarrão, transmitida de geração em geração, cultuada também por seu pai, curiosamente uma ave e não um panda, ele se viu obrigado a reprimir dentro de si o desejo latente de ser um guerreiro.
O herói Po finalmente domina a técnica da “paz interior” e consegue desviar as balas dos canhões. A partir daí relembra o trauma da separação dos pais e chega à solução sobre a sua própria identidade: “a única coisa que importa é o que você escolheu ser agora”.
Po faz um acerto de contas com o passado, alcança o equilíbrio e se torna um verdadeiro “dragão guerreiro”.
Dessa forma, a moral da narrativa faz um estranho mix entre uma noção “desinteressada” ou “mística” como a da “paz interior” (na tradição esotérica e religiosa identificada com a iluminação espiritual) e o acerto de contas com o passado como uma noção associada ao ideário da autoajuda.
Analisando essa dupla mensagem da animação “Kung Fu Panda 2”: os arquétipos da separação e abandono para as crianças e a noção de “paz interior” anexada ao ideário da autoajuda para adultos. Embora endereçada para públicos tão diferentes, essas duas mensagens são complementares em sua natureza arquetípica.
Personagens arquetípicos em torno do drama do abandono são recorrentemente explorados por representarem a reencenação do drama arquetípico (presente em diversas narrativas míticas) da Plenitude-Queda-Sofrimento-Morte-Renascimento-Renovação.
No plano psíquico, essa narrativa mítica encontra as suas origens na própria experiência infantil da renúncia instintual pela qual passou ao abandonar a mãe na dissolução do drama edipiano. A pressão sociocultural para que a criança abandone a “sensação oceânica de prazer” no universo materno e ingresse no mundo simbólico do Pai (do trabalho, da Lei, da renúncia ao prazer) é dramatizado através de jogos e brincadeiras.
Freud no seu livro “Além do Princípio de Prazer” demonstra isso ao interpretar o jogo do “fort-da” onde uma criança repetidas vezes jogava seus brinquedos para longe (e emitia um sonoro “fort” – “foi embora” em alemão). Ao trazer de volta, falava um alegre “da” (“ali” ou “eis de volta”). No jogo a criança reencena o drama da separação da mãe. Essa necessidade desse jogo é interpretada por Freud como um “instinto de dominação”: se no drama edipiano ela era passiva, no jogo ela torna-se ativa ao reviver a cena.
Talvez isso explique a recorrente exploração desse drama arquetípico nas animações infantis. As crianças experimentam esse prazer lúdico em reviver o drama arquetípico das nossas origens, assim como o panda Po conseguiu relembrar o porquê dos seus pais o terem abandonado.
O desespero do seu pai adotivo para que Po não fosse para terras tão distantes da China para lutar contra um oponente tão perigoso e o seu retorno para casa completam esse jogo do “fort-da” freudiano: o herói que vai para terras distantes deixando o aconchego das suas origens, sofre, morre (Po é tido como morto pelos seus companheiros depois de vê-lo atingido por uma bala de canhão) e renasce renovado. A repetição desse drama psíquico talvez seja o âmago lúdico da atração infantil renovada por essas estórias.
 Porém, para o adulto o drama é outro: a paz interior que não pode mais ser alcançada por meio do lúdico ou dos jogos como na criança. Se a criança pode reencenar a cena da separação da Mãe (a Plenitude, a Completude, as Origens simbolizadas pelo paraíso idílico do qual fomos expulsos tal como narrado pelas religiões), ao adulto isso é interditado. Ele deve fazer um acerto de contas com o passado, esquecê-lo, superá-lo, para, então, viver o presente das normas, da lei e da sociabilidade.
A noção de “paz interior”, tal como apresentada pela tradição religiosa e esotérica, guardadas as diferenças, tem um ponto em comum: a iluminação espiritual, a “gnosis” para a tradição do Gnosticismo, um estado alterado de consciência “desinteressado”, isto é, que não atende a demandas desse mundo ou do tempo presente. Em outras palavras, a “paz interior” busca por meio de uma série de rituais de meditação e purificação retornar à Plenitude que foi perdida, resgatar o que está lá no passado, nas Origens, cujo acesso foi interditado por esse mundo físico.
Ao contrário, a “paz interior” do Kung Fu Panda tem outro sentido bem diverso: “a única coisa que importa é o que você escolheu ser agora”, conclui o protagonista Po.
O filme traduz a “paz interior” como um quesito instrumental para Po transformar-se num autêntico Dragão Guerreiro. O passado deve ser esquecido, superado, deletado. O que importa é o presente e as suas decisões.
3.
A Tigresa é uma líder informal por ter conquistado a confiança e o respeito dos demais furiosos, exerce uma grande influencia e autoridade sob o grupo, ela assume a responsabilidade e tenta sozinha tirar os demais furiosos das dificuldades. Nas batalhas eles seguem o “comando” dela, esperam ela indicar a direção para depois ir. O Po se torna um líder como a tigresa no final do filme.
Já história do pavão Shen é interessante e demonstra uma densidade psicológica e emocional pouco comum. Normalmente, os vilões praticam o mal sem, aparentemente, motivo algum, mas Shen teve uma historia comovente e com momentos ternos e tocantes.
A figura andrógina do bode representa a figura do psicanalista onde podemos projetar as várias pessoas as quais levamos para a análise.
Conclusão
Fica claro que a mensagem da “paz interior” do filme é voltada para os pais, como mais um discurso de autoajuda e autoconhecimento para fortalecer os laços adultos com as demandas desse cosmos físico. Às crianças, através de animações como a do “Kung Fu Panda”, são dadas as últimas oportunidades para reencenarem lembrança arquetípica do abandono e da separação. Até que o espaço do lúdico e do jogo seja interditado na vida adulta e passe o resto da vida em busca da “paz interior”.
Portanto, o Kung Fu Panda 2  é o tipo de filme que as crianças mais pequenas verão acompanhadas pelos pais e que logo a seguir os inundarão de perguntas dado o tema maduro que estas ainda não têm a maturidade emocional para processar, pois, na verdade, é  um filme para adultos
Portanto, o Kung Fu Panda 2  é o tipo de filme que as crianças mais pequenas verão acompanhadas pelos pais e que logo a seguir os inundarão de perguntas dado o tema maduro que estas ainda não têm a maturidade emocional para processar, pois, na verdade, é  um filme para adultos
Rosana Luzia Dias Gomes da Silva

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