sábado, 9 de julho de 2016

GUIA DE SOBREVIVÊNCIA PARA O PRE-PRIMÁRIO

Neste dia tão bonito
Eu recebo comovida
Este livro precioso
O primeiro em minha vida!
(versinho recitado aos 7 anos (1967) ao receber a cartilha de alfabetização“Caminho Suave” das mãos da minha primeira professora D. Leonor Guerreiro Januzzi  na Escola Rodrigues Alves de Mogi Mirim-SP)

Hoje eu não me conformo com isso, pois antes mesmo de ser alfabetizada, a primeira lição da cartilha deveria ter sido as lições básicas de sobrevivência de qualquer ser humano! Que pena que precisei viver meio século para descobrir como ser feliz! Antes da cartilha deviam dar um manual de sobrevivência e também de como ser feliz nesse mundo conturbado, com os valores todos invertidos. Será que os adultos, os professores não tem idéia de como uma criança não tem a mínima noção das batalhas que terá que enfrentar? É como se nos mandassem para uma guerra mas esquecem de nos fornecer qualquer arma ao menos de defesa.
Antes de saber ler ou escrever toda criança deveria saber que a felicidade não é um presente de Deus, é uma conquista de todo dia. Mesmo no pré-primário as professoras deveriam insistir na lição de que a felicidade nasce justamente das lutas de cada dia e que assim não podemos esperar que a felicidade “caia do céu”, mas ao contrario, temos que busca-la, lutar muito, batalhar por ela, porque todos, absolutamente TODOS, merecem ser feliz.
Já que a repetição é mãe da aprendizagem, antes de ficarmos decorando o abecedário, as professoras deveriam repetir diariamente as seguintes dicas básicas de sobrevivência:
- A ausência do auto-amor, cria no intimo uma excessiva dependência do amor alheio e esse é um dos grandes motivos de tropeços em nossa caminhada por aqui.  
- Buscar o aplauso das pessoas, ao longo do tempo, vicia, escravizando a pessoa na auto-imagem exacerbada que se faz de si mesmo;
-.Preocupações não nos servem de nada alem de nos manter presos aos nossos fantasmas.
- O maior investimento que podemos fazer na vida é investir em nós mesmo, no nosso bem estar, pois a pessoa mais importante da nossa vida somos nós, pois só nós ‘ podemos nos ajudar a qualquer momento.

Outra assunto que deveria ser obrigatório no curso básico é a correta elaboração de indagações inteligentes que realmente colaborem na conquista da felicidade, p.ex:

- Por que o sofrimento em minha vida?  
-O que Deus deseja que eu aprenda com esta dor?  
Só assim chegaremos a uma conclusão inteligente e consoladora, pois não chegaremos a lugar algum se ficarmos nos debatendo no eterno e improdutivo – Por que eu sofro?

- Por que a ingratidão alheia tem me provocado tanta dor?  
E nunca se perguntar –
- O que eu fiz para merecer tanta ingratidão?
Só os orgulhosos sofrem com a ingratidão, então temos mesmo é focar em como dominar o nosso ego.
Trocar o pensamento incorreto:  – Por que tenho que passar por esta experiência? Pelo questionamento realmente produtivo:
 - Que proveito eu posso tirar das experiências dolorosas?
Enquanto não aprendemos a ser resignado diante da dor não percebemos que elas servem pra lapidar nosso espírito.

E por ultimo, deveriam ensinar a corrigir aquela pergunta idiota que insistimos sempre em nos fazer: Por que Deus não me proporciona a felicidade ? – Pela questão realmente correta que é:
- O que devo modificar em minha vida para conquistar a felicidade?
Enquanto permanecemos na expectativa de que é Deus quem vai nos ofertar a felicidade como uma premiação, permanecemos inertes, sem tentar conquista-la.

Muitas e muitas pessoas passam a vida toda elaborando incorretamente estas questões tolas e o resultado para elas é sempre o mesmo: além de infelizes, tornam-se revoltadas. Rebelam-se por não terem as respostas que desejam. Mas como obter respostas sábias elaborando questões tão medíocres?
Hoje, depois de 50 anos para aprender o básico, eu gostaria de ter recitado:
Neste dia tão bonito
Eu recebo comovida
Este manual de sobrevivência precioso
O salvador da minha vida!



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