quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O que um psicanalista faz? (Parte 2)


Muitas pessoas costumam se perguntar: “Mas, afinal de contas, por que eu deveria desembolsar boa parte do meu salário em anos de terapia se eu tenho meus familiares e amigos com quem posso fazer o mesmo que faria com um terapeuta, isto é, conversar, sem precisar pagar nada?”.

A “conversa” que o paciente tem com seu terapeuta  difere de um desabafo para um amigo ou um bate-papo com algum familiar. Pois  o analista, diferentemente do seu amigo ou do seu cônjuge, não busca te compreender ou se por no seu lugar. Pelo contrário, para o analista você sempre será um enigma, um ponto de interrogação insuperável. E a intenção é boa, meu caro: é para que você também comece a se tornar um enigma para si mesmo.

O analista não vai compartilhar com você as suas delegações de responsabilidade. Um amigo preocupado em não te magoar até faria isso, mas o analista não. O analista quer saber o que te faz ficar nessa plácida posição de passividade, mesmo que você saia da sessão xingando até a última geração dele.

Pois bem, espero ter esclarecido que  uma análise não tem nada a ver com uma conversa normal, a não ser pelo fato de que são duas pessoas falando. E nem isso, pois amiúde apenas um fala – o que não significa que seja necessariamente o paciente…


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