quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Até onde você procura seu pai na relação?


Pois é disso que trata o Complexo de Electra, uma deusa grega que pediu ao seu irmão que matasse sua mãe como vingança por ter assassinado seu pai. Seria o contrário feminino para o Complexo de Édipo.

Como, em sã consciência, vou procurar meu pai nos meus relacionamentos? Isso parece incesto... Mas é exatamente o que Freud defende: mulheres na infância tendem a se apaixonar por seus pais (além de disputarem seu amor com suas mães) e transferem isso para idade adulta buscando semelhanças em seus maridos.

Saindo do clichê “gostar de homens mais velhos = problemas mal resolvidos com os pais”, um estudo feito por grupos de psicólogos (publicados na revista Proceedings of the Royal Society of London B) levaram mais a sério e resolveram testar isso em pais e filhas adotivas, depois de verificarem esse padrão em animais também. Pasmem, as filhas que tinham bom relacionamento com os pais realmente escolheram (baseando-se em fotos) possíveis maridos parecidos com eles! A ciência explicaria a questão de Electra pela Homogamia, escolha de pares mais parecidos geneticamente que, aparentemente, poderia trazer maior adaptabilidade e chance de sobrevivência. Mas filhas adotivas não são geneticamente parecidas com seus pais! Deveriam procurar parceiros com a combinação genética parecida com a delas! Então o caso é mais complexo mesmo.

Isso pode não ser nada de mais. O problema é quando afeta nossa capacidade de escolha consciente ou sabota uma relação com potencial.

Minha opinião é a de que fomos acostumadas na infância com determinadas situações que, por conforto, repetição, segurança, boas sensações, ou para tentar resolver, procuramos repetir na idade adulta. Por isso que essa busca por semelhanças pode ser mais sutil, não se resumindo a aparência.

Agora, até que ponto essas pequenas decepções, nem sempre conscientes, vão te deixando menos interessada e admiradora do seu parceiro?

Quando as características do seu pai te fazem procurar algo melhor e se achar merecedora de pessoas que valem a pena, perfeito. Mas e quando acontece o contrário? Pai distante, agressivo ou mau-caráter podem fazer estragos na sua vida.

Às vezes também acontece o oposto. Em vez de procurar a característica igual, você fica obstinada procurando o contrário!

Enfim ossas experiências nos definem e definem o que estamos atraindo. Se deixarmos a vida nos levar, dá pra saber o resultado só olhando para trás. Então se o que você tem passado não lhe agrada, pense! Reflita e veja o que é realmente decisão sua e o que não é. Arrisque-se e saia do que você está acostumada! A vida pode te surpreender...


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