sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

TRANSFORMAÇÃO RADICAL



lores 8

Enquanto alguém persistir no erro de se julgar um, único ou individual, é evidente que não será possível nenhuma mudança radical.
O próprio fato de o trabalho esotérico começar com uma rigorosa observação de si mesmo está indicando uma multiplicidade de fatores psicológicos, eus ou elementos indesejáveis que temos que extirpar ou erradicar urgentemente de nosso interior.
É inquestionável que de forma alguma é possível eliminar erros desconhecidos. Urge que observemos previamente aqueles que queremos separar de nossa mente.
Esse tipo de trabalho não é externo, e sim, interno. Aqueles que pensam que qualquer manual de boas maneiras ou sistema ético, externo e superficial, pode levar-nos ao êxito, equivocam-se totalmente.
O fato concreto e definitivo de que o trabalho íntimo começa com a atenção concentrada em forma de observação plena de si mesmo é motivo mais que suficiente para demonstrar que isso exige um esforço pessoal muito especial.
Falando francamente e sem rodeios, afirmamos enfaticamente o seguinte: Nenhum ser humano pode fazer esse trabalho por nós.
Não é possível mudança alguma em nossa psique sem a observação direta de todo esse conjunto de fatores subjetivos que temos dentro.
Dar por aceita a multiplicidade de erros, descartando a necessidade do estudo e da observação direta dos mesmos, significa, de fato, uma evasiva, uma escapatória, uma fuga de si mesmo, uma forma de auto-engano.
Só através do rigoroso esforço da observação judiciosa de si mesmo, sem escapatórias de espécie alguma, poderemos evidenciar que não somos um, e sim, muitos.
Admitir a pluralidade do eu e evidenciá-la através da rigorosa observação são dois aspectos diferentes.
Alguém pode aceitar a doutrina dos muitos eus sem jamais tê-la evidenciado. Essa evidência só é possível auto-observando-nos cuidadosamente.
Evitar o trabalho de observação íntima e buscar evasivas é sinal inconfundível de degeneração.
Enquanto um homem alimentar a ilusão de que é sempre uma única e mesma pessoa, não poderá mudar.
É óbvio que a finalidade deste trabalho é precisamente conseguir uma transformação gradual em nossa vida interior.
Perdemos a possibilidade de uma transformação radical quando não trabalhamos sobre nós mesmos.
O ponto inicial da transformação radical permanece oculto enquanto o homem continua julgando-se uno.
Aqueles que rechaçam a doutrina dos muitos eus demonstram claramente que jamais se auto-observaram seriamente.
A severa observação de si mesmo, sem escapatória de espécie alguma, permite verificar o cru realismo de que não somos um e, sim, muitos.
No mundo das opiniões subjetivas, há várias teorias pseudo-esotéricas ou pseudo-ocultistas que sempre servirão de escapatória para fugirmos de nós mesmos.
Não há dúvida de que a ilusão que temos de sempre sermos a única e mesma pessoa é um sério problema para a auto-observação.
Alguém poderia dizer: Sei que não sou um e sim muitos porque a gnose assim me ensinou. Esta afirmação, ainda que sincera, sem experiência direta ou vivência desse aspecto doutrinário, continuará sendo algo meramente externo e superficial.
Evidenciar, experimentar e compreender é o mais importante. Somente assim é possível trabalhar conscientemente para conseguir uma transformação radical.
Afirmar é uma coisa; compreender, é outra. Quando alguém diz: Compreendo que não sou um e, sim, muitos, se sua compreensão é verdadeira e não mero palavrório sem substância da conversa vazia, isso indica, assinala e atesta plena verificação da doutrina dos muitos eus.
Conhecimento e compreensão são coisas diferentes. O conhecimento é da mente e a compreensão é do coração.
O mero conhecimento da doutrina dos muitos eus de nada serve. É uma lástima que, nos tempos atuais, o conhecimento tenha ido  muito além da compreensão em função de o pobre animal  intelectual equivocadamente chamado homem ter desenvolvido exclusivamente o lado do conhecimento e esquecido o correspondente lado do Ser.
Conhecer a doutrina dos muitos eus e compreendê-la é fundamental para uma mudança  radical e verdadeira.
Quando um homem começa a se observar detidamente, do ponto de vista de que não é um, mas, sim, muitos, obviamente iniciou um trabalho sério sobre a sua natureza interior.
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(V.M. Samael Aun Weor, Tratado de Psicologia Revolucionária)

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