Após
uma relação amorosa dolorosa e estressante, nossas necessidades emocionais
podem ser tão urgente que nos apegamos rapidamente a qualquer pessoa a qual
acreditamos poder nos satisfazer emocionalmente e assim curar as feridas da
nossa alma. Porém essa atitude quase sempre nos traz novos relacionamentos, mas
juntos deste também chegam os mesmos e antigos sofrimentos.
Vejamos
então o circulo vicioso que normalmente nos aprisiona:
- um breve período de solteirice acompanhado por um sentimento de
solidão e tristeza,
durante a qual nos sentimos como se estivéssemos correndo no vazio
emocional e... de repente damos...
- um salto muito precipitado em uma relação intensa com um amante que nos faz sentir em uma montanha-russa
emocional, mas muito em breve começamos a sentir...
- a frustração de não conseguir satisfazer nossas necessidades mais
profundas neste
relacionamento impróprio e mal-correspondido, e como resultado dessa
frustração passamos a sentir uma gigantesca...
- fome e exaustão psíquica... que resultam em....
- um drama doloroso e confuso... que finalmente termina em...
- outro breve período de solteirice, ou
talvez um novo relacionamento com pessoas inadequadas e impróprias apenas
para evitar a dor do vazio de ser único, mas que
também está fadado a falhar devido à confusa bagagem emocional trazida dos
relacionamentos anteriores.
Correndo de
um relacionamento intenso e sem futuro para outro é como beber água do mar:
tão, tão, tão difícil resistir quando se está com sede, mas que causa muito
mais sede ...
O pai da psicanálise, Sigmund Freud, disse que
estar apaixonado é estar muito mais próximo da insanidade do que da razão. Então
se necessário procure um profissional, pois a terapia ajuda a identificar as causas do
vínculo destrutivo além de direcionar e instrumentalizar a pessoa a
melhorar seu padrão relacional.
Lembrando que historicamente,
as mulheres são mais propensas a submeter-se a dor e ao desprazer. E isso se dá
por questões culturais enraizadas e ainda pela interligação entre dependência
amorosa e financeira.
Já os homens, de um modo geral, são
mais concretos, menos ligados a sentimentos, mas há uma minoria que se alimenta
de relações doentias, isto é, geralmente com histórico familiar disfuncional,
que se tornam viciadas no sofrimento, engendram e não conseguem sair do
ciclo destrutivo.
Como reconhecer um homem
destrutivo?
O homem destrutivo abusa da
simulação, da mentira, tende a culpar sempre os outros por suas desventuras,
possui um comportamento pouco consistente com oscilações de humor e vícios.
Qual perfil de mulher costuma
aceitar este tipo de relação?
Em geral, são mulheres com baixa
autoestima, com tendência à depressão, aquelas que sofreram recorrentes
decepções amorosas ou ainda que tiveram ausência ou modelo disfuncional de pai
ou até mesmo uma infância traumática.
O medo de perder o parceiro é
um dos principais sintomas para se envolver em relações doentias?
O medo de ficar sozinha, de ver o
parceiro com outra pessoa, de não conseguir ter um novo amor ou ainda de não
suportar a dor da perda são alguns dos sintomas para elas
se envolverem ou permanecerem em relações doentias. Algumas mulheres carregam um vazio interior
tão profundo que não conseguem buscar forças em si mesmas. Muitas vezes,
refletir sobre a existência é algo tão doloroso que elas acabam projetando
no outro toda a responsabilidade por sua felicidade.
Pessoas destrutivas podem
mudar?
A pessoa tem que enxergar e
assumir seus defeitos, o que, em alguns casos, é dificílimo. A disponibilidade
emocional para a mudança tem que partir da própria pessoa e, ainda
assim, pode ser um processo longo. Padrões arraigados têm força enorme sobre o
ser humano. A tendência para a repetição é inerente à existência
e lutar contra ela requer muita força de vontade e trabalho terapêutico.
A única solução é sair dessa
relação?
O ideal é sair dessa relação e
cortar vínculos. Quando se tenta 'desmamar' da relação, as chances de recaídas
são imensas. Nessas situações, a ajuda de um psicólogo é fundamental. Se existe
a vontade mútua de tornar a relação mais salubre, uma terapia de casal pode ajudar.
Mudanças comportamentais e de temperamento requerem muito empenho e dedicação
pessoal.
Como sair dessa relação
destrutiva sem escoriações?
Tenha claro para si o que quer para
sua vida e reflita muito antes de tomar a decisão. E, quando tomá-la,
mantenha-se fiel aos seus objetivos. Pense de forma objetiva, racional e ampla.
Mantenha a mente ocupada com amigos, trabalho, ginástica, por exemplo. Livre-se
das lembranças, fotos, agendas e exclua o 'ex' das redes sociais. Evite
situações que possam precipitar uma recaída e procure imaginar o futuro com
essa pessoa e esse relacionamento pernicioso: se não quer isso para você,
então, corte de vez!
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