terça-feira, 19 de agosto de 2014

Cuidado com o que voce foca!

Eu costumo sempre repetir que o que focamos cresce! Portanto, se ficamos falando sobre nossas doenças, nossas dores e desamores,  nossas carências e tudo o mais de negativo que nos rodeia, só fazemos com que nossas desgraças aumentem! Mude o foco e, lembrem-se sempre que -  se te derem limões, faça uma limonada ou ainda, acrescente uma dose de cachaça e faça uma bela "caipirinha"!
Vejamos um bom exemplo de como a mente funciona, dessa vez bem prático. Considere essa foto abaixo. Vamos analisar, de forma bem estereotipada, o que ela representa para alguns grupos de pessoas:
- Para homens adolescentes ela é uma bunda (e que bunda!). Somente os mais observadores a definirão como uma bunda atravessando a rua.
- Para homens mais maduros é uma mulher com uma bunda respeitável atravessando a rua.
- Homens sábios e espirituosos meditarão na presença de espírito do fotógrafo que, em face de tal beleza, a compartilhou com a humanidade.
- Para metade das mulheres essa é uma mulher vulgar, que não deveria ter saído de casa desse jeito.
- A outra metade está imaginando onde ela comprou essa blusa de rendinhas.
- Mulheres sábias e espirituosas meditarão na impermanência da bunda e imaginarão a desgraça que vai ser esse traseiro aos 50 anos.
- Crianças, curiosos e monges provavelmente perceberão um cachorro dirigindo um carro na foto (eu não percebi!!!!!).
E é assim, mudando o foco, que vamos interpretando as imagens, fatos, relacionamentos e nossa própria existência. O budismo não diz que há foco certo ou errado, mas nos convida a meditar a respeito dos nossos filtros e observar a foto como um todo, através da meditação, mostrar o quanto ela é limitada em termos de ser um instantâneo de um momento efêmero e até mesmo perceber o quanto de tempo estamos gastando filosofando com uma IMAGEM!

O problema com as tradições é que elas são como a âncora de um navio: essencial para embarcar e desembarcar. É preciso embarcar numa doutrina com segurança, sabendo o que ela propõe, o que já foi feito e quais são suas metas, e a tradição serve pra isso. Da mesma forma é essencial para desembarcar da sua doutrina e conhecer outras, possibilitando a troca de conhecimento de forma estruturada e fundamentada. Lhe protege contra as tempestades e evita que você seja jogado nas pedras. Mas a tradição, da mesma forma que a âncora, não serve para navegar. É preciso levantá-la, tirá-la do fundo do mar - terreno ao qual ela estava lhe segurando - e seguir o vento e as correntezas. Nenhum barco navega igual a outro, nem singra as mesmas ondas. Mantenha a tradição consigo por segurança, mas vá desbravar o oceano! Seja o capitão de seu próprio navio, e não um escravo da âncora.



Não acredite no que você ouviu; não acredite em tradições porque elas existem há muitas gerações;
não acredite em algo porque é dito por muitos; não acredite meramente em afirmações escritas de sábios antigos;
não acredite em conjecturas; não acredite em algo como verdade por força do hábito;
não acredite meramente na autoridade de seus mestres e anciãos.
Somente após a observação e análise, quando for de acordo com a razão e condutivo para o bem e benefício de todos, somente então aceite e viva para isso

(Buda)

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