sábado, 17 de maio de 2014

A BUSCA PELO SENTIDO DA VIDA


Quem conhece os homens é perspicaz, mas quem conhece a si mesmo é iluminado. 


Quem vence outros homens é forte, mas quem vence a si mesmo é onipotente. 
LECTORIUM ROSICRUClANUM 
ESCOLA INTERNACIONAL DA ROSACRUZ ÁUREA 
TRABALHO PÚBLICO· CURSO DE INTRODUÇÃO 
MÓDULO 1 . TEMA 1 
(Tao Te King, cap. 33)

Algo que distingue o ser humano das outras espécies que habitam nosso planeta é sua capacidade de fazer perguntas. Para muitos (talvez também para o leitor desta carta) a vida transcorre em um diálogo permanente, em que a consciência não cessa de colocar interrogações e de sugerir respostas. Contudo, a verdadeira resposta, a que se espera encontrar como uma experiência plena, autêntica, parece escorregar das mãos, como areia fina.

Sim, é muito provável que o leitor já se tenha perguntado em muitas ocasiões:

  • Que sentido tem uma vida que está predestinada a perecer algum dia? 
  • Acaso o ser humano é apenas um organismo biológico dotado de consciência, cuja existência se desenvolve ao longo de algumas décadas para acabar dissolvendo-se em nada? 
  • Não sente ele, no mais profundo do ser, algo que parece falar muito além do que a consciência pode abarcar, algo que o chama a transcender o espaço e o tempo? 

Sem dúvida, tudo o que está ao nosso redor leva impresso o selo da decadência.
Da mesma maneira que os maiores impérios se extinguiram com o passar do tempo, e agora somente é possível contemplar suas ruínas e seus legados culturais, qualquer experiência na vida se apresenta como fugaz e transitória.

Assim, pode-se compreender que o princípio universal do eterno retorno - pelo qual tudo parece girar em ciclos sem fim, em um contínuo nascer, florescer e morrer - rege a ordem deste mundo.

Talvez o leitor já tenha experimentado a insatisfação de nada ter conseguido de autenticamente duradouro. Incluem-se aí muitos conhecimentos que devem ser abandonados um dia e trocados por outros. Muitas vezes, isso implica reconhecer que os antigos conhecimentos estavam equivocados. Essa insatisfação, essa permanente inquietude, gera em cada pessoa, vez ou outra, o impulso de buscar algo que realmente atenda a seu anseio pelo verdadeiro saber.

Muitos são os caminhos que se pode percorrer para satisfazer a essa necessidade. A Ciência, a Arte, a Religião, por exemplo, oferecem múltiplas respostas e possibilidades, mas a pessoa que está lendo estas linhas provavelmente percebe em seu interior que falta algo por descobrir. As respostas que são proporcionadas pela ciência oficial parecem especulativas e insuficientes; as propostas das religiões tradicionais já não satisfazem; e os caminhos da arte se mostram estéreis ante o constante acréscimo do sofrimento mundial. Esse é um estado de consciência que muitos seres humanos compartilham nos dias atuais: o de considerar-se um humilde buscador da verdade.

Que sentido pode ter uma vida caracterizada por luta contínua?
Seguramente o ser humano aspira por perfeição, por um mundo ideal. Mas onde se pode encontrar essa perfeição? Ou melhor, como é possível alcançar um estado de ser semelhante ao perfeito?

Para todo lado onde se olhar serão encontradas luta e morte; não há espécie ou manifestação de vida conhecida que escape de semelhante experiência. Para qualquer ser vivo, a sobrevivência é quase sempre a preocupação mais importante, até o ponto em que o ser humano converteu essa questão em um dos maiores e mais frutíferos negócios. Se uma pessoa refletir a esse respeito, é certo que encontrará numerosos exemplos.

Assim, portanto, devemos reconhecer que muitas coisas que acontecem com cada um de nós, no desenvolvimento normal da vida, são extremamente desconcertantes. O mundo oferece a todos uma infinidade de alternativas para satisfazer os desejos mais variados, e, no entanto, um vazio e uma desesperança profundos perturbam o coração de inumeráveis seres humanos. Pessoas cuja alma se sente como um pássaro que, por engano, voou para o interior de uma casa e, na intenção desesperada de recuperar a liberdade, choca-se contra o vidro das janelas.

Porém, não há nada pior do que cair no desespero.
O príncipe Sidharta - que mais tarde alcançou o estado de Buda - saiu do palácio em que vivia. Deixou a vida cotidiana ilusória que o envolvia e protegia da turbulenta realidade do mundo.
Saiu para descobrir que somente ao andar se encontra o caminho, que apenas a transformação interior pode levar a um estado de consciência mais pleno e, portanto, a uma experiência e um conhecimento superiores da vida. Ele foi confrontado com as doenças, a velhice e a morte. Apenas após essas descobertas impactantes ele decidiu abandonar a falsa segurança que o protegia e embarcar na maior empreitada que pode ser realizada por um ser humano: o autoconhecimento.

À medida que esse conhecimento se amplia, a consciência vai adquirindo a capacidade de compreender as leis que regem o universo.
Desse modo, pouco a pouco, são finalmente encontradas respostas para as perguntas fundamentais.

É esse conhecimento da verdadeira situação em que cada pessoa se encontra (o «reconhecimento» da realidade que se esconde por detrás do véu da ilusão, denominado o véu de ísis) que é o ponto de partida do caminho proposto pela Escola Internacional da Rosacruz Áurea, pois nada pode ser transformado conscientemente se primeiro não for conhecido.
O ensinamento da Rosacruz Áurea deixa bem claro que o começo é conhecer a si mesmo, porque aí está a senda que leva a reencontrar as leis que regem o mundo, e a compreender a vontade de Deus.

Desse modo, sabendo que de nada serve uma verdade que não pode ser aplicada, ou um conhecimento que não pode ser experimentado, verifica-se a profundidade das palavras de Buda: «A verdade é o útil».

A verdade apenas tornará uma pessoa livre à medida que ela mesma transformar sua consciência. Graças a essa transformação, o acessório, aquilo de que se pode prescindir, vai perdendo força em cada um de nós, e uma nova experiência atenderá ao chamado que pulsa no mais profundo de cada coração que anela pela libertação.

Atenciosamente,

Seus amigos do Trabalho Público do LECTORIUM ROSICRUClANUM Escola Internacional da Rosacruz Áurea

Nenhum comentário:

Postar um comentário