segunda-feira, 19 de maio de 2014

O AUTOCONHECIMENTO

O LECTORIUM ROSICRUClANUM 

ESCOLA INTERNACIONAL DA ROSACRUZ ÁUREA
TRABALHO PUBLICO· 
CURSO DE INTRODUÇÃO 
MÓDULO 1 . TEMA 3 

É verdade! É certo! É a verdade toda! 
O que está embaixo é como o que está em cima, o que está em cima é como o que está embaixo, Para que os milagres do Uno se realizem. 

(Tabula Smaragdina, Hermes Trismegisto) 

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E dito que, no antigo Egito, o caminho que levava o candidato até o templo da iniciação o conduzia inexoravelmente ante a Esfinge. Ali, ela o interrogava sobre seu passado, seu presente e seu futuro, perguntando-lhe: «Homem, quem és?», «De onde vens?» e «Para onde vais?». Somente se o candidato demonstrasse conhecer os princípios básicos de si mesmo, ou seja, de sua dupla natureza, mortal e imortal, era-lhe permitido o acesso ao interior do santuário.

Desde sempre, o autoconhecimento tem sido a chave de acesso às escolas de mistérios. Do mesmo modo que o carpinteiro pode levar a cabo seu trabalho (porque, como fruto de uma ampla aprendizagem, conhece suas ferramentas e a técnica adequada para seu uso), somente quem conhece a si mesmo pode prosseguir com êxito o desenvolvimento espiritual.

Todavia, como já foi apontado, esse conhecimento não é um saber teórico, mas sim o fruto de um vasto caminho de experiências. Nesse caminho de crescimento contínuo, experiência e consciência caminham de mãos dadas. Somente quando há consciência pode-se falar em responsabilidade. Nesse sentido, ser responsável é responder às perguntas da Esfinge - que são formuladas por cada pessoa em algum momento da vida - e agir em conformidade com essas respostas.

Um aspecto que já foi tratado na carta anterior é o princípio do «não-destino», ou dito de outra maneira, o princípio de causa e efeito. Ao longo da vida, as pessoas vão se conscientizando de que qualquer ato gera determinada conseqüência. Levando esse princípio um pouco mais adiante, também podemos dizer que qualquer conseqüência antecipada - ou seja, qualquer intenção ou expectativa - também ocasiona determinado estado de ser.
Dissemos anteriormente que a queda é uma experiência que pode e deve ser considerada também no presente atual. Do mesmo modo, a lei de causa e efeito, conhecida como a lei do carma, somente adquire sentido quando o ser humano sabe que está colhendo, no presente, o fruto de suas ações passadas.
Com base nesse estado de consciência, é possível percorrer o caminho que o libertará, pois liberdade e responsabilidade são conceitos que se explicam reciprocamente.
Dito com outras palavras: passado e futuro confluem no presente e o constroem. E apenas é possível descobrir isso verdadeiramente com base em um novo estado de consciência.

No último século, a humanidade foi confrontada fortemente com um fato inegável: a existência do invisível em cada pessoa. O ser humano não é tão dono e senhor de seus atos como pretendia.
Seu inconsciente o subjuga! Assim, o autoconhecimento implica em levar à consciência tudo o que domina o ser humano; ou seja, ser consciente dos medos, das verdadeiras intenções, do velado egocentrismo. Mesmo que esse processo possa ter aspectos psicológicos, na realidade essa tomada integral de consciência apenas é possível com base no despertar do núcleo espiritual latente.
Por que isso é assim? Porque o subconsciente é um tirano oculto, o dominador da personalidade. Sua existência surgiu no momento em que a consciência perdeu sua ligação com o Espírito original.

O ser humano já foi chamado pelos gregos de microcosmo - que quer dizer «pequeno mundo». Seguindo o princípio hermético de correspondência «o que está em cima é como o que está embaixo», o microcosmo é um reflexo do macrocosmo. Assim como o cosmo apresenta duas possibilidades de manifestação - ou seja, duas naturezas (uma dialética, caracterizada pela alternância dos opostos, e outra original, que se explica pela eterna manifestação na luz de Deus) - também o ser humano apresenta essa dupla condição: mortal segundo sua natureza animal e imortal segundo seu núcleo espiritual latente.

Talvez nos perguntemos por que motivo existe essa natureza dual no ser humano. A Escola da Rosacruz Áurea é clara a esse respeito: a personalidade natural, mortal, é fruto do plano de salvação para os microcosmos divinos, decaídos. O filho de Deus, tendo perdido sua capacidade de manifestação, necessita de um ser provisório que, em determinado momento, se torne consciente de seu ser espiritual latente e, por meio de um processo alquímico de regeneração, permita o renascimento desse ser, adormecido em seu interior.

Durante infinidades de encarnações, o átomo-centelha-do-espírito permanece à espera, como uma semente que necessita de solo e alimento adequados para crescer e manifestar sua capacidade. Essa semente é imortal: a morte da personalidade não a destrói. Mas o mesmo não acontece com a personalidade natural, formada dos materiais físicos e etéricos da natureza da morte. Após uma vida de experiências mais ou menos intensa, que pode durar algumas décadas, seguida da morte da personalidade e um tempo de assimilação e de repouso, o ser espiritual do microcosmo deve adotar outra personalidade e manifestar-se, novamente, neste mundo do espaço-tempo. Esse ciclo de vida e morte, de manifestação visível e de não-manifestação do microcosmo, é o que desde tempos remotos se conhece como a roda das encarnações ou a roda da vida e da morte.

Cada encarnação, mediante a adoção de uma nova personalidade natural, oferece ao microcosmo uma nova oportunidade. A vida e o mundo são sua escola. Os conflitos, os sofrimentos e as alegrias deixam um peso de experiências que faz com que o ser humano, a personalidade, possa um dia escutar a voz que, desde um passado remoto, busca chamar sutilmente sua atenção.

Como o leitor compreenderá, aqui não estamos falando nada novo. Afinal, o verdadeiro conhecimento não vem de fora. Todas as informações necessárias já existem no interior de cada um de nós. Somente é necessário redescobri-las. recuperá-las, relembrá-las.

O leitor consegue sentir esse chamado interior? Tem o pressentimento de que é possível existir uma vida bem outra da que conhecemos, uma vida cuja essência não é varrida pelos ventos alternantes do tempo, mas que se desenvolve de glória em glória, de magnificência em magnificência? Percebe que esta leitura pode ser, de alguma forma, um auxílio para ir ao encontro desse chamado interior?

Então, é para esse leitor que a Escola da Rosacruz Áurea vem falar sobre um caminho de absoluta regeneração, de um novo nascimento!

Latente no interior da terra, a semente recebe o alimento que lhe permite crescer, romper a casca que a encerra, e desabrochar na luz. Esse exemplo, mesmo que bem limitado, sempre foi o símbolo do nascimento do novo ser humano. A semente, adormecida no reino das trevas - a flor que deve desenvolver-se, a excelsa rosa imaculada - pertence ao reino da luz. E a ele deve retornar.

Atenciosamente,

Seus amigos do Trabalho Público do LECTORIUM ROSICRUClANUM Escola Internacional da Rosacruz Áurea




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