Texto baseado no livro ANSIEDADE - Como enfrentar o mal do século de Augusto Cury
1-)Eu gerente
São as pessoas cujo Eu aprendeu a gerenciar seus pensamentos, a exercer a arte de se auto questionar. Elas libertam seu imaginário, apreciam os movimentos do auto fluxo, são criativas, motivadas, inspiradas e também capazes de criticar suas ideias, verdades, crenças.
Sabem que quem vence sem dificuldades triunfa sem grandeza. Portanto, rompem o cárcere da mesmice, andam por espaços inexplorados, são curiosas, exploram o que está além dos seus olhos, mas, ao mesmo tempo, seu Eu tem maturidade para reciclar e qualificar seus pensamentos e suas imagens mentais. Têm consciência de que o fenômeno do auto fluxo é uma fonte de inspiração, entretenimento e aventura, porém não permitem ser dominadas por ele.
O Eu gerente faz uma higiene mental diária: duvida dos pensamentos perturbadores, critica as falsas crenças e determina ou decide estrategicamente aonde quer chegar; portanto, usa a técnica do duvidar, criticar e determinar.
O Eu gerente é livre, leve, solto, faz do caos uma oportunidade criativa, tem resiliência para usar a dor a fim de se construir, reconhece erros, pede desculpas e encanta as pessoas, pois não tem a necessidade neurótica de ser perfeito. Por isso, é capaz de falar de suas lágrimas para que seus filhos e alunos aprendam a chorar as deles. Porque um dia as chorarão.
2- EU VIAJANTE OU DESCONECTADO
São as pessoas pessoas que embarcam seu Eu em todas as viagens promovidas pelo autofluxo, sem promover nenhum gerenciamento. O céu e o inferno emocional estão muito próximos de alguém que tem um Eu desconectado .
Tais pessoas não perderam os parâmetros da realidade, não estão em surto psicótico, mas, por serem viajantes na trajetória da própria mente, alternam com muita facilidade momentos, felizes e de tensão. Como o Eu viajante não tem gestão mínima da sua mente, dependendo do lugar da memória em que se ancora o autofluxo, as pessoas com esse tipo de Eu assistirão como espectadores passivos aos pensamentos, ideias, imagens mentais e emoções construídos por esse fenômeno inconsciente.
Um Eu desconectado não assume a direção da própria história. Por onde o autofluxo caminha, o Eu ingenuamente o segue.
Ao pessoas que têm um Eu desconectado ou viajante vivem imersos em seu psiquismo, pensando, imaginando, fantasiando.
São tão distraídos e desconcentrados que você fala com eles por minutos, mas eles não prestam atenção nas suas palavras.
Não poucas pessoas inteligentes, incluindo muitos gênios, têm um Eu viajante.
Mas, por serem desconectadas da realidade, infelizmente não usam adequadamente seu potencial intelectual.
São indivíduos sonhadores, mas sem disciplina para transformar seus sonhos em realidade. São ótimos para discursar, mas não são produtivos. Amam os aplausos, mas não gostam de afinar o piano, carregá-lo e tocá-lo.
Há muitas pessoas que têm um Eu desconectado e são afetivas, generosas, calmas, mas em não poucos casos há um egoísmo e um egocentrismo na base de sua desconexão. Pouco se preocupam com a dor do outro e, por isso, têm poucas atitudes práticas para aliviá-la. São ótimas para falar, mas tardias em agir. Aprender a arte do altruísmo e da observação exige um treinamento que um Eu desconectado deve fazer diariamente.
3- EU FLUTUANTE
O Eu flutuante, assim como o Eu desconectado, não tem âncora, segurança, estabilidade, clareza sobre onde está e aonde quer chegar. Segue os movimentos aleatórios de leitura da memória do fenômeno do autofluxo. Nem intuitivamente é capaz de dar direção a ide ias, pensamentos, metas e projetos.
Pessoas com o Eu flutuante não exercem sua capacidade de escolha. Não têm autonomia, ideias próprias, diretriz intelectual. Num momento, têm uma opinião; no seguinte, influenciadas por outros ou pelo ambiente, mudam-na com facilidade. Num período, sonham com algo; noutro, quando surge o calor dos problemas, desistem e mudam de direção.
O Eu flutuante, por ser instável, desestabiliza a própria emoção, tornando-a volúvel, flutuante.
Por isso, pessoas com este Eu estão alegres num período e, noutro, entristecidas. De manhã, motivadas; à tarde, sem energia; e, à noite, querem dormir, pois perdem o "pique".
Num momento, são afetivas; noutro, irritadiças e até agressivas. Executivos flutuantes levam seus colaboradores a pisar em ovos. Em casos extremos, levam-nos a contrair a espontaneidade, a criatividade e o prazer de trabalhar na empresa, pois estes nunca sabem como estará o humor do chefe.
Pessoas com um Eu flutuante causam transtorno nas próprias relações, perturbam a tranquilidade e o prazer do parceiro(a), de filhos, de amigos. Gerenciar o humor e adquirir estabilidade emocional são metas fundamentais para quem tem um Eu flutuante.
4-Eu engessado
São as pessoas que não libertam o fenômeno do autotluxo e, consequentemente, contraem seu imaginário e sua criatividade. Seu Eu é rígido, fechado, inflexível. Elas têm grande potencial criativo, mas são seus próprios punidores, não sonham, não se inspiram, têm pavor de ser abertas e pensar em outras possibilidades. Vivem entediadas e entediando seus íntimos.
Um Eu engessado defende radicalmente seu partido político, suas convicções ou sua religião e, portanto, não abre espaço para respeitar o diferente. Quem é radical não está convencido do que crê, nem da sua religião, pois se estivesse não precisaria usar pressão para se expressar. Por outro lado, também quem defende radicalmente seu ateísmo é emocionalmente imaturo, pois precisa de coação para dar relevância a suas convicções.
Um Eu engessado é mentalmente robotizado. Levanta sempre do mesmo modo, faz as mesmas reclamações, dá as mesmas respostas, tem as mesmas atitudes diante dos mesmos problemas. É uma pessoa encarcerada pela rotina. Tem, às vezes, motivos de sobra para agradecer a vida, o trabalho, os filhos, mas chafurda na lama da reclamação. Você conhece alguém assim?
Tais pessoas podem até ter sucesso "por fora", mas são miseráveis por dentro. Sua maior fonte de entretenimento está comprometida, empobrecida. Seu Eu tem apreço em se ancorar em janelas killer que fomentam pessimismo, insatisfação, irritabilidade. Treinar a capacidade de mudança quando necessário, pensar em outras possibilidades, autocrítica e reconhecimento de nossa rigidez são atitudes inteligentíssimas para retirar nosso engessamento mental.
:u autossabotador
5- EU AUTOSABOTADOR
Eu autossabotador não gere o processo de construção de pensamentos para promover estabilidade e profundidade emocional. Por incrível que pareça, esse tipo de Eu vai contra a liberdade, conspira contra seu prazer de viver, sua tranquilidade e seu êxito profissional e social.
Pessoas com Eu autossabotador são carrascos de si mesmas.
Um Eu com essas características precisa desesperadamente aprender a ter um caso de amor com suas qualidades.
Milhares de mulheres com sobrepeso têm um Eu autossabotador. Elas fazem regime, lutam para emagrecer e, depois de muito esforço, obtêm êxito. Entretanto, não mantêm o peso nem se jubilam com sua vitória, pois o fenômeno do autofluxo se ancora em janelas killer, o que produz autopunição, e o Eu frágil submete-se a essas zonas traumáticas e, consequentemente, não admite se sentir bem, feliz e ser elogiado. O êxito as deixa tensas. Elas começam a sabotar seu regime, passam a comer compulsivamente. Parece que só se sentem vivas se estão se punindo. Frequentemente, desistem dos seus sonhos no meio do caminho.
O Eu autossabotador não sabe dar um choque de gestão no autofluxo, que, além da autopunição, carrega fobias, obsessão, dependência, ciúme, inveja, raiva, autoflagelo.
Uma pessoa autossabotadora da sua saúde emocional vive se aterrorizando, se atormentando com fatos que ainda não aconteceram ou gravitando na órbita dos problemas que já passaram, lamentando perdas, fracassos, injustiças.
Um Eu que sabota a própria felicidade pode ser ótimo para com os outros, mas é péssimo para si. Pode ser tolerante com seus íntimos e amigos, mas implacável consigo mesmo. Pode dar chances para os outros quando erram; mas raramente se dá uma nova chance.
Um dos mais graves defeitos da personalidade de um Eu autossabotador é a autocobrança. Como, infelizmente, grande parte das pessoas tem essa característica doentia, vou reiterar o que já disse. Quem cobra demais de si retira o oxigênio da própria liberdade, asfixia sua criatividade e, o que é pior, estimula o registro automático da memória a produzir janelas killer toda vez que falha, tropeça, claudica ou não corresponde a suas altíssimas expectativas.
Um importante alerta: uma das mais graves consequências de quem cobra excessivamente de si mesmo é aumentar os níveis de exigência, o que o impede de relaxar, sentir-se realizado, satisfeito, feliz. Quem faz muito do pouco é muito mais estável e saudável do que quem precisa de muito para sentir migalhas de prazer.
O Eu autossabotador faz que muitos profissionais de sucesso tenham grave insucesso emocional. Eles sabotam suas férias, seus finais de semana, seus feriados, seu sono, seus sonhos.
6- Eu acelerado
Ao Eu acelerado pertence o imenso grupo de pessoas em todo o mundo, em todas as sociedades modernas, de crianças a idosos, que se entulham de informações, atividades e preocupações. E, consequentemente, excitam o fenômeno do autofluxo a produzir pensamentos numa velocidade nunca vista, gerando, portanto, a Síndrome do Pensamento Acelerado.
A SPA tornou-se o mal do século, gerando péssima qualidade de vida, insatisfação crônica, retração da criatividade, doenças psicossomáticas, transtornos nas relações interpessoais e, em destaque, transtornos na relação do Eu consigo mesmo.
Não há múltiplas personalidades
Devemos ter em mente que podemos ter várias posturas do Eu na mesma personalidade. Não existem múltiplas personalidades, como algumas pessoas, incluindo profissionais da psicologia, acreditam. O que existe são núcleos distintos de habitação ou plataformas de memória onde o autofluxo e o Eu se ancoram.
Há indivíduos que mudam o tom de voz e reagem de maneira tão diferente da habitual que parece que duas ou mais pessoas vivem no mesmo cérebro. O que ocorre de fato é que, dependendo da plataforma em que o autoftuxo se fixa, o Eu se nutre de informações e experiências para produzir pensamentos e emoções e, desse modo, revelar características próprias da personalidade.
Algumas pessoas são serenas quando ancoradas em determinado núcleo de habitação; fora dele, tornam-se estúpidas. Há pessoas que são fortes e seguras numa determinada situação, mas, em outra, se intimidam como uma criança diante de uma fera. Se as plataformas forem qualitativamente muito diferentes umas das outras, as características também o serão.
1-)Eu gerente
São as pessoas cujo Eu aprendeu a gerenciar seus pensamentos, a exercer a arte de se auto questionar. Elas libertam seu imaginário, apreciam os movimentos do auto fluxo, são criativas, motivadas, inspiradas e também capazes de criticar suas ideias, verdades, crenças.
Sabem que quem vence sem dificuldades triunfa sem grandeza. Portanto, rompem o cárcere da mesmice, andam por espaços inexplorados, são curiosas, exploram o que está além dos seus olhos, mas, ao mesmo tempo, seu Eu tem maturidade para reciclar e qualificar seus pensamentos e suas imagens mentais. Têm consciência de que o fenômeno do auto fluxo é uma fonte de inspiração, entretenimento e aventura, porém não permitem ser dominadas por ele.
O Eu gerente faz uma higiene mental diária: duvida dos pensamentos perturbadores, critica as falsas crenças e determina ou decide estrategicamente aonde quer chegar; portanto, usa a técnica do duvidar, criticar e determinar.
O Eu gerente é livre, leve, solto, faz do caos uma oportunidade criativa, tem resiliência para usar a dor a fim de se construir, reconhece erros, pede desculpas e encanta as pessoas, pois não tem a necessidade neurótica de ser perfeito. Por isso, é capaz de falar de suas lágrimas para que seus filhos e alunos aprendam a chorar as deles. Porque um dia as chorarão.
2- EU VIAJANTE OU DESCONECTADO
São as pessoas pessoas que embarcam seu Eu em todas as viagens promovidas pelo autofluxo, sem promover nenhum gerenciamento. O céu e o inferno emocional estão muito próximos de alguém que tem um Eu desconectado .
Tais pessoas não perderam os parâmetros da realidade, não estão em surto psicótico, mas, por serem viajantes na trajetória da própria mente, alternam com muita facilidade momentos, felizes e de tensão. Como o Eu viajante não tem gestão mínima da sua mente, dependendo do lugar da memória em que se ancora o autofluxo, as pessoas com esse tipo de Eu assistirão como espectadores passivos aos pensamentos, ideias, imagens mentais e emoções construídos por esse fenômeno inconsciente.
Um Eu desconectado não assume a direção da própria história. Por onde o autofluxo caminha, o Eu ingenuamente o segue.
Ao pessoas que têm um Eu desconectado ou viajante vivem imersos em seu psiquismo, pensando, imaginando, fantasiando.
São tão distraídos e desconcentrados que você fala com eles por minutos, mas eles não prestam atenção nas suas palavras.
Não poucas pessoas inteligentes, incluindo muitos gênios, têm um Eu viajante.
Mas, por serem desconectadas da realidade, infelizmente não usam adequadamente seu potencial intelectual.
São indivíduos sonhadores, mas sem disciplina para transformar seus sonhos em realidade. São ótimos para discursar, mas não são produtivos. Amam os aplausos, mas não gostam de afinar o piano, carregá-lo e tocá-lo.
Há muitas pessoas que têm um Eu desconectado e são afetivas, generosas, calmas, mas em não poucos casos há um egoísmo e um egocentrismo na base de sua desconexão. Pouco se preocupam com a dor do outro e, por isso, têm poucas atitudes práticas para aliviá-la. São ótimas para falar, mas tardias em agir. Aprender a arte do altruísmo e da observação exige um treinamento que um Eu desconectado deve fazer diariamente.
3- EU FLUTUANTE
O Eu flutuante, assim como o Eu desconectado, não tem âncora, segurança, estabilidade, clareza sobre onde está e aonde quer chegar. Segue os movimentos aleatórios de leitura da memória do fenômeno do autofluxo. Nem intuitivamente é capaz de dar direção a ide ias, pensamentos, metas e projetos.
Pessoas com o Eu flutuante não exercem sua capacidade de escolha. Não têm autonomia, ideias próprias, diretriz intelectual. Num momento, têm uma opinião; no seguinte, influenciadas por outros ou pelo ambiente, mudam-na com facilidade. Num período, sonham com algo; noutro, quando surge o calor dos problemas, desistem e mudam de direção.
O Eu flutuante, por ser instável, desestabiliza a própria emoção, tornando-a volúvel, flutuante.
Por isso, pessoas com este Eu estão alegres num período e, noutro, entristecidas. De manhã, motivadas; à tarde, sem energia; e, à noite, querem dormir, pois perdem o "pique".
Num momento, são afetivas; noutro, irritadiças e até agressivas. Executivos flutuantes levam seus colaboradores a pisar em ovos. Em casos extremos, levam-nos a contrair a espontaneidade, a criatividade e o prazer de trabalhar na empresa, pois estes nunca sabem como estará o humor do chefe.
Pessoas com um Eu flutuante causam transtorno nas próprias relações, perturbam a tranquilidade e o prazer do parceiro(a), de filhos, de amigos. Gerenciar o humor e adquirir estabilidade emocional são metas fundamentais para quem tem um Eu flutuante.
4-Eu engessado
São as pessoas que não libertam o fenômeno do autotluxo e, consequentemente, contraem seu imaginário e sua criatividade. Seu Eu é rígido, fechado, inflexível. Elas têm grande potencial criativo, mas são seus próprios punidores, não sonham, não se inspiram, têm pavor de ser abertas e pensar em outras possibilidades. Vivem entediadas e entediando seus íntimos.
Um Eu engessado defende radicalmente seu partido político, suas convicções ou sua religião e, portanto, não abre espaço para respeitar o diferente. Quem é radical não está convencido do que crê, nem da sua religião, pois se estivesse não precisaria usar pressão para se expressar. Por outro lado, também quem defende radicalmente seu ateísmo é emocionalmente imaturo, pois precisa de coação para dar relevância a suas convicções.
Um Eu engessado é mentalmente robotizado. Levanta sempre do mesmo modo, faz as mesmas reclamações, dá as mesmas respostas, tem as mesmas atitudes diante dos mesmos problemas. É uma pessoa encarcerada pela rotina. Tem, às vezes, motivos de sobra para agradecer a vida, o trabalho, os filhos, mas chafurda na lama da reclamação. Você conhece alguém assim?
Tais pessoas podem até ter sucesso "por fora", mas são miseráveis por dentro. Sua maior fonte de entretenimento está comprometida, empobrecida. Seu Eu tem apreço em se ancorar em janelas killer que fomentam pessimismo, insatisfação, irritabilidade. Treinar a capacidade de mudança quando necessário, pensar em outras possibilidades, autocrítica e reconhecimento de nossa rigidez são atitudes inteligentíssimas para retirar nosso engessamento mental.
:u autossabotador
5- EU AUTOSABOTADOR
Eu autossabotador não gere o processo de construção de pensamentos para promover estabilidade e profundidade emocional. Por incrível que pareça, esse tipo de Eu vai contra a liberdade, conspira contra seu prazer de viver, sua tranquilidade e seu êxito profissional e social.
Pessoas com Eu autossabotador são carrascos de si mesmas.
Um Eu com essas características precisa desesperadamente aprender a ter um caso de amor com suas qualidades.
Milhares de mulheres com sobrepeso têm um Eu autossabotador. Elas fazem regime, lutam para emagrecer e, depois de muito esforço, obtêm êxito. Entretanto, não mantêm o peso nem se jubilam com sua vitória, pois o fenômeno do autofluxo se ancora em janelas killer, o que produz autopunição, e o Eu frágil submete-se a essas zonas traumáticas e, consequentemente, não admite se sentir bem, feliz e ser elogiado. O êxito as deixa tensas. Elas começam a sabotar seu regime, passam a comer compulsivamente. Parece que só se sentem vivas se estão se punindo. Frequentemente, desistem dos seus sonhos no meio do caminho.
O Eu autossabotador não sabe dar um choque de gestão no autofluxo, que, além da autopunição, carrega fobias, obsessão, dependência, ciúme, inveja, raiva, autoflagelo.
Uma pessoa autossabotadora da sua saúde emocional vive se aterrorizando, se atormentando com fatos que ainda não aconteceram ou gravitando na órbita dos problemas que já passaram, lamentando perdas, fracassos, injustiças.
Um Eu que sabota a própria felicidade pode ser ótimo para com os outros, mas é péssimo para si. Pode ser tolerante com seus íntimos e amigos, mas implacável consigo mesmo. Pode dar chances para os outros quando erram; mas raramente se dá uma nova chance.
Um dos mais graves defeitos da personalidade de um Eu autossabotador é a autocobrança. Como, infelizmente, grande parte das pessoas tem essa característica doentia, vou reiterar o que já disse. Quem cobra demais de si retira o oxigênio da própria liberdade, asfixia sua criatividade e, o que é pior, estimula o registro automático da memória a produzir janelas killer toda vez que falha, tropeça, claudica ou não corresponde a suas altíssimas expectativas.
Um importante alerta: uma das mais graves consequências de quem cobra excessivamente de si mesmo é aumentar os níveis de exigência, o que o impede de relaxar, sentir-se realizado, satisfeito, feliz. Quem faz muito do pouco é muito mais estável e saudável do que quem precisa de muito para sentir migalhas de prazer.
O Eu autossabotador faz que muitos profissionais de sucesso tenham grave insucesso emocional. Eles sabotam suas férias, seus finais de semana, seus feriados, seu sono, seus sonhos.
6- Eu acelerado
Ao Eu acelerado pertence o imenso grupo de pessoas em todo o mundo, em todas as sociedades modernas, de crianças a idosos, que se entulham de informações, atividades e preocupações. E, consequentemente, excitam o fenômeno do autofluxo a produzir pensamentos numa velocidade nunca vista, gerando, portanto, a Síndrome do Pensamento Acelerado.
A SPA tornou-se o mal do século, gerando péssima qualidade de vida, insatisfação crônica, retração da criatividade, doenças psicossomáticas, transtornos nas relações interpessoais e, em destaque, transtornos na relação do Eu consigo mesmo.
Não há múltiplas personalidades
Devemos ter em mente que podemos ter várias posturas do Eu na mesma personalidade. Não existem múltiplas personalidades, como algumas pessoas, incluindo profissionais da psicologia, acreditam. O que existe são núcleos distintos de habitação ou plataformas de memória onde o autofluxo e o Eu se ancoram.
Há indivíduos que mudam o tom de voz e reagem de maneira tão diferente da habitual que parece que duas ou mais pessoas vivem no mesmo cérebro. O que ocorre de fato é que, dependendo da plataforma em que o autoftuxo se fixa, o Eu se nutre de informações e experiências para produzir pensamentos e emoções e, desse modo, revelar características próprias da personalidade.
Algumas pessoas são serenas quando ancoradas em determinado núcleo de habitação; fora dele, tornam-se estúpidas. Há pessoas que são fortes e seguras numa determinada situação, mas, em outra, se intimidam como uma criança diante de uma fera. Se as plataformas forem qualitativamente muito diferentes umas das outras, as características também o serão.
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