Muita gente vai achar semelhanças visuais e narrativas com as novela "A viagem" e "Escrito nas estrelas", mas a inspiração pra essas novelas foi que veio do livro. "Nosso Lar" foi pioneiro em nos apresentar uma cidade espiritual, algo que não fazíamos idéia de que existia (e Chico Xavier foi muito criticado por isso pelos próprios espíritas, que o consideraram na época obsediado ou embusteiro), com um sistema de organização praticamente igual ao da Terra, com governantes, ministérios, "bairros" e ruas.
O livro trouxe também luz sobre como os espíritos se alimentam, os vários planos de existência, e um conceito radicalmente novo: a projeção astral de um espírito pra um plano superior, após ele dormir no seu plano de origem. Com o tempo o próprio personagem principal, André Luiz, foi nos trazendo nos livros subsequentes, psicografados por Chico Xavier, mais informações sobre a "fisiologia espiritual" - por assim dizer - e sua relação com o corpo terrestre.
No filme retratam o hospital de "Nosso Lar" como uma sala onde as pessoas trazidas do lado ruim do umbral são tratadas com LUZ verde. É interessante constatar que na cromoterapia a cor verde é usada como desinfetante e cicatrizante, justo o que eles necessitam. Esse cenário foi palco de uma história de bastidores interessante, que é contada nas notas de produção do Facebook oficial do filme:
CENÁRIO OU REALIDADE?
Um caso interessante que envolveu a produção do filme diz respeito ao cenário do Hospital do Ministério da Regeneração. Escolhido para ser produzido no foyer de um prédio que, entre outras coisas, permitia livre movimentação de pessoas, penetração de luz natural necessária, além de apresentar o aspecto fluídico em sua arquitetura (em sintonia com a parte exterior), o cenário foi um dos primeiros a ser montado e usado. Terminadas as cenas, desmontadas as macas, os painéis e todos os adereços, descobrimos que, por problemas técnicos, precisaríamos refilmar todas as cenas. "Sem problemas", disse prontamente a diretora de arte Lia Renha. Rapidamente, ela e o cenógrafo Marcus Ranzani produziram o mesmo cenário nos estúdios aonde o filme estava sendo rodado – zona oeste do Rio de Janeiro.
Logo, pilastras, paredes e macas estavam prontas. Porém, com o ritmo das filmagens indo bem, a produção não conseguia voltar àquela locação. Os dias foram passando, as semanas. Para a direção, aquele já estava virando um "assunto de ordem imediata", porque a cena ia sendo postergada a cada semana de filmagens cumpridas.
Até que finalmente rolou. Dois dias inteiros e as cenas protagonizadas por Renato Prieto, Clemente Viscaíno, Fernando Alves Pinto e a participação de Aramis Trindade ficaram prontas. Logo, o diretor Wagner de Assis comemorou. "Finalmente terminamos essa locação!"
Mas foi o único. Ao ver a reação fria da equipe, descobriu-se o mistério que estranhamente mantinha aquele cenário pronto ao longo de tantos dias.
Segundo os integrantes da produção, ali estava um "local para todo mundo se revigorar". Explicaram que durante todas as semanas em que o cenário ficou pronto, e não usado, os profissionais que estavam buscando algum tipo de "descanso", de "renovação de energias", começaram a deitar nas macas cenográficas buscando algum alívio. E, eis o mistério, começaram a perceber sinais positivos e melhorar!
Logo, um que passava mal deitou lá e melhorou. Outro que estava com dores nas costas, também fugiu para o "hospital" e... melhorou. Teve quem estivesse com problemas "em casa" e foi deitar lá para "espairecer". Dores de cabeça sumiram. Preguiça. Cisco no olho. Siesta. Descobriu-se, então, que o cenário estava servindo à produção muito além de suas funções artísticas, mas sim como um verdadeiro "repositório de forças" para todos os que lá estiveram. Para muitos, fato normal em função do tema do filme. Mas há quem diga que tudo não passava "de imaginação das pessoas".
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