segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O MENINO CRUCIFICADO

Um dos trechos do livro "O HOLOCAUSTO" que mais mexeu com meus conteúdos internos foi a descrição do caso do menino "crucificado".E a partir disso redigi um longo texto resultante das reflexões a que me levaram esse fato ...
Mas hoje relendo o texto e revendo minhas reflexões achei melhor postar apenas o trecho do livro (fls. 87) de Daniela Arbex, e assim deixando que apenas ela narrasse a história e, cada um de vocês que tirassem suas próprias conclusões...
Só não vou deixar de provocá-los perguntando-lhes quantas vezes se viram "crucificados" apenas por serem "diferente" da maioria...
                                                                                     
"Quando o superintendente do serviço de psiquiatria da Fundação Educacional de Assistência Psiquiátrica, Ronaldo Simões Coelho, pisou no terreno do Hospital de Neuropsiquiatria Infantil, localizado no município de Oliveira, no oeste do Estado, tomou um susto. Logo ao chegar ao hospital do Estado, em  1971, avistou um menino "crucificado". Apesar do sol inclemente, o garoto,  que aparentava idade inferior a dez anos anos, estava deitado no chão, com os braços abertos e amarrados e o rosto queimado pela exposição  ao calor de quase trinta graus. Voltou-se para a freira responsável pelo setor, esperando alguma explicação. 

- Por que esse menino está amarrado nesse solão? 
- Se soltar, ele arranca os olhos das outras crianças. Tem mania 
    respondeu a mulher, com naturalidade.
-  E quantos olhos ele já arrancou? 
 -  Nenhum - disse a religiosa. 

Situações como essa se repetiam diariamente em Oliveira. A instituição, criada em 1924, como hospital psiquiátrico, atendia a indigentes e mulheres mas mudou seu perfil em 1946, quando passou  receber crianças com qualquer tipo de deficiência física e mental, a maioria rejeitada pelas família.  O depósito de crianças já despertara tristeza por si só. Mas Ronaldo, que esteve lá ´para conhecer as condições de funcionamento da unidade com capacidade para 300 vagas, descobriu que a realidade poderia ser pior."


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