Eu observo que, no mundo atual, além da linguagem verbal que está completamente saturada, em todos os outros aspectos da vida há excesso de tudo!
Não há dúvida de que o mundo e as pessoas de hoje se caracterizam antes pelo excesso do que pela privação, antes pelo cheio do que pelo vazio, antes pela balburdia do que pelo silencio.
Eu tenho percebido que , por incrível que pareça, ficar em silencio pode ser considerado uma transgressão. Apesar de que, hoje, o apelo ao silencio não deve ser praticado em nome de uma transgressão (efígie ela mesma barulhenta), mas sim, em nome de uma economia mental mais equilibrada.
Fale-se demais, há excesso de ruído, de som, de informação e até mesmo de sentido. E isso causa uma fragmentação da percepção e ai vai-se deteriorando a concentração necessária para a realização de certa potencias humanas elevadas (como escutar uma sinfonia ou ler um livro).
E tem também o problema de que o excesso de estímulos produz uma lógica do vício, pois temos a necessidade de cada vez mais de estímulos aos nossos aparelhos sensoriais, e isso produz uma espécie de embrutecimento e ansiedade (as pessoas estão viciadas em emissões de SMSs ou posts nas redes sociais, tanto quando um sujeito pode ser viciado em drogas).
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