quarta-feira, 22 de maio de 2013

A PEDRA DO SOL




A PEDRA DO SOL, OU O CALENDÁRIO AZTECA
O nome classificativo deste calendário é CUAUHXICALU (Xícara da Águia2), mas é
conhecido universalmente como Calendário Azteca. ou Pedra do Sol, divindade a que
era dedicado este monumento. Foi esculpido durante o reinado do 6° monarca azteca,
AXAYACATL, e dedicada à sua principal divindade mitológico‐astronômica, o SOL.
Neste grande monólito basáltico, com peso aproximado de 25 toneladas, foi esculpido
o calendário azteca. Seu diâmetro é de 3,60m. Foi desenterrado na esquina sudoeste do
Zocalo (praça principal) da cidade do México, a 17 de dezembro de 1780, sendo
regente o 44° Vice‐Rei da Nova Espanha, Don Joaquin de Monserrat, Marquês de
Cruillas. Tempos depois, foi levada para a Catedral Metropolitana e colocada no flanco
ocidental de uma suas torres, onde permaneceu até 1985, ocasião em que o Presidente
Gen. Porfírio Diaz ordenou que fosse transladada para o Museu Nacional de
Arqueologia e História.
No centro do disco (1) vemos a face de TONATIUH (o Sol), que era o senhor dos céus
e em torno de quem ocorriam todos os fenômenos diários e periódicos do universo. A
coroa, o ornamento do nariz, os brincos e o colar são os enfeites mais luxuosos e
próprios deste deus; o cabelo ruivo representa o aspecto dourado do astro; as rugas em
tomo dos olhos representam sua idade avançada; a língua como um punhal de
obsidiana, posta para fora, indica a necessidade de ser alimentado com sangue e
corações humanos.
Lateralmente, à sua direita e à sua esquerda (2) aparecem suas garras, com as quais ele
suspendia a si mesmo no espaço. Cada garra tem um∙ olho com cílios, está adornada
com uma pulseira de material precioso e exibe um coração entre suas unhas.
Em diagonal, dos quatro ângulos de sua cabeça (2, 3, 4 e 5) aparecem 4 cabeças animais
que representam 4 eras, a saber:
Acima de sua cabeça, à direita (3), vemos OCELATONATIUH (SOL DE JAGUAR) );>
Foi a ʺprimeira e mais remota das 4 épocas cosmogônicas, na qual viveram gigantes
que haviam sido criados pelos deuses. Eles não aravam o solo e viviam em grutas,
alimentando‐se de frutos silvestres e raizes; foram, finalmente, atacados e devorados
pelos jaguares ... ʺ
Sua época básica é a quaternária por haverem descoberto ossamentas de animais
antediluvianos enterrados em profundos barrancos, sob densas camadas litosféricas.
Ainda acima de sua cabeça, porém à esquerda (4), temos EHECATONATIUH (SOL
DO VENTO), a ʺsegunda época, na qual a raça humana foi destruída por furacões e os
deuses transformaram os homens em macacos, para que tornando‐se quadrumanos,
não fossem arrastados pelos vendavais; isso originou a semelhança entre o gênero
humano e os símios ..”
Sua base tinha fundamento por terem eles encontrado grandes bosques derrubados
por furacões.
Embaixo de sua cabeça, à esquerda (5), vemos OUIAUHTONATIUH (SOL DE
CHUVA DE FOGO), a ʺterceira época cosmogônica, em que tudo se extinguiu pela
chuva de lava e fogo; o homem daquela época foi transformado em ave que, voando,
pôs‐se fora do alcance da hecatombe ...”
Eles justificavam esta crença pelas múltiplas provas de atividade vulcânica em seu
território e ainda os achados de choupanas e esqueletos cobertos por camadas de lava
e cinzas.
Finalmente à direta, abaixo de sua cabeça (6), vemos ATONATIUH (SOL DE ÁGUA).
que ʺsignifica a quarta época, na qual tudo sucumbiu sob fortes e tormentosas chuvas
que cobriram as mais altas montanhas. A humanidade transformou‐se em peixes para
salvar‐se daquele dilúvio universal. O encontro de diversas espécies da fauna marinha
fossilízadas no alto das montanhas induziu‐os a crer nesse cataclisma.
Contornando essas figuras (7), está representado NAHW‐OLUN (SOL DE
TERREMOTO), que significa a 5a época de sua era, ou seja, o próximo final da
humanidade sobre a face da Terra.
Em torno de TONATIUH, aparecem em todas as direções, figuras em forma de ʺVʺ
que representam os raios da luz solar.
Acima da cabeça do ídolo, está um desses ʹVʺ, ladeado por duas figuras: o da esquerda
(8) é o Símbolo do Leste e à direita (9) é o símbolo do Norte. Abaixo da cabeça do
ídolo, à esquerda (10) está o símbolo do Sul e, à direita, (11) o símbolo do Oeste.
Contornando Tonatiuh, os símbolos das quatro eras e dos 4 pontos cardeais, há um
cinturão com 20 figuras que representam os símbolos dos 20 dias do calendário, a
saber:
(12) 1° dia ‐ CIPACTLl (CROCODILO); em maia IMIX ‐ DRAGÃO
(13) 2° dia ‐ EHECATL (VENTO); em maia IK ‐ VENTO
(14) 3° dia ‐ GALLI (CASA); em maia AKBAL‐ NOITE
(15) 4° dia ‐ CUETZPALLlN (LAGARTIXA); em maia KAN ‐ SEMENTE
(16) 5° dia ‐ COATL (SERPENTE); em maia CHICCHAN ‐ SERPENTE
(17) 6° dia ‐ MIQUITZTU (MORTE); em maia CIMI‐ ENLAÇADOR DE MUNDOS
(18) 7° dia ‐ MAZATL (VEADO); em maia MANIX ‐ MÃO
(19) 8° dia ‐ TOCHTLI (COELHO); em maia LAMAT ‐ ESTRELA
(20) 9° dia ‐ ATL (ATL); em maia MULUC ‐ LUA
(21) 10° dia ‐ITZCUITLI (CÃO); em maia OC‐ CACHORRO
(22) 11º dia ‐ OZOMATU (MACACO); em maia CHUEN ‐ MACACO
(23) 12° dia ‐ MALUNAlLl (ERVA); em maia ES ‐ HUMANO
(24) 13° dia ‐ ACATL (CANA); em maia BEN ‐ CAMINHANTE DO CÉU
(25) 14° dla ‐ OCELOTL (JAGUAR); em maia IX ‐ MAGO
(26) 15° dia ‐ CUAUHTLI (ÁGUIA); em maia MEN ‐ ÁGUIA
(27) 1ôO dia ‐ COSCACUAUHTLI (ABUTRE); em maia CIS ‐ GUERREIRO
(28) 17° dia ‐ OLUN (TERREMOTO); em maia CABAN ‐ TERRA
(29) 18° dia ‐ TECPATL (PUNHAL DE OBSIDIANA); em maia EZNAB – ESPELHO
(30) 19° dia ‐ QUIAHUITL (CHUVA); em maia CAUAC ‐ TORMENTA
(31) 20° dia ‐ XOCHITL (FLOR); em maia AHAU ‐ SOL
Finalmente, na parte mais externa da Pedra do Sol estão as duas XIUCATL
(SERPENTES DE FOGO)(32), cujos dorsos estão todos ornamentados símbolos
flamígeros (33) e de onde saem labaredas (34), salpicadas de sangue que as nutre (35).
Suas caudas juntam‐se em cima (36) ao lado do ʺVʺ superior. Suas cabeças defrontamse
embaixo (37), mostrando olhos, cílios, e presas nas mandíbulas abertas como
fantásticos dragões. Sobre suas cabeças aparece um ornamento (38), com a Constelação
das Plêiades (as 7 Cabritinhas). Atrás das bocarras abertas, aparecem suas patas
dianteiras, com olho e cílios (39).
Dentro da boca da XIUCOATL da esquerda, pode‐se ver o Deus da Turquesa
(XIUHTECUTU) (40), representado como o Deus da Noite. O ornamento de seu nariz e
os brinco são próprios dessa divindade; ele tem a metade do rosto coberto por um véu,
indicando a obscuridade noturna. Sua língua está posta para fora e é mostrada como
um punhal de obsidiana, como Tonatiuh a quem enfrenta pela duração da noite.
De dentro da XIUCOATL da direita, surge a cabeça de TONATIUH (41), com os
mesmo ornamentos que exibe no centro do disco. Sua língua está para fora e de sua
boca saem espirais de fumaça, significando a repulsa que ele sente na luta diária com o
deus da noite. Ambos os deuses enfeitam‐se com as Xiucoatls que adquirem maior
força e autoridade, encerrando dentro delas todos os signos cronológicos e indicando
que tudo ocorre no universo durante o dia e a noite.

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