domingo, 22 de dezembro de 2013

ENTENDENDO A DOR LOMBAR

E continuando com as dicas do  Prof.Sergio Fernando Zavarize, essa de hoje  muitooooo me interessa !!!

ENTENDENDO A DOR LOMBAR
A dor lombar, mais conhecida como Lombalgia é um sintoma que afeta grande parte da população e cerca de 80% das pessoas apresentará algum episódio de dor durante a vida. Devido a sua alta incidência é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um problema de saúde pública. Um aspecto importante da patologia é que ela se configura como uma das principais causas de ausência ao trabalho e da instalação de incapacidade permanente. É também um dos motivos mais frequentes pela procura de assistência médica no Brasil e no mundo.
A lombalgia caracteriza-se por uma dor que aparece na região mais baixa das costas, próxima ao final da coluna e que em alguns casos se espalha para as coxas e para as pernas. Ela decorre de diversas causas como alterações posturais, problemas degenerativos, lesões nos discos intervertebrais e alterações mecânicas.

Os desvios posturais


Dentre as alterações posturais mais comuns que afetam a coluna lombar, temos a hiperlordose lombar e a escoliose. A hiperlordose é o aumento da curvatura normal que temos na região lombar. Este aumento da curva faz o “bumbum” ficar mais saliente, meio que curvado para trás. Isto aumenta a pressão nesta região da coluna podendo provocar dores. Esta alteração também salienta o abdômen e muitas vezes a pessoa é magra, mas apresenta uma certa “barriguinha”, alterando assim, a estética corporal.
A escoliose também é uma curva na coluna, mas diferentemente da hiperlordose, ela acontece para os lados. É muito comum, quem apresenta escoliose ter um ombro mais alto que o outro. Esta curva provoca, da mesma forma, compressão de estruturas que provocam dor.

A Osteoartrose

Já as causas degenerativas na coluna lombar são decorrentes do desgaste, principalmente dos ossos. Este “desgaste” é chamado de Artrose ou de Osteoartrose. Pelo fato da região lombar estar localizada na base da coluna e dar sustentação ao tronco e aos movimentos dos braços, os processos degenerativos são muito comuns após certa idade. Não é difícil encontrarmos indivíduos acima dos 40 ou 50 anos com osteoartrose lombar.

Lesão nos discos

Em relação às lesões nos discos intervertebrais devemos esclarecer o seguinte: os discos são estruturas feitas de cartilagem, que ficam entre as vértebras e que servem para dar mobilidade à coluna. Sem os discos seria impossível realizarmos movimentos como girar ou flexionar o tronco. Eles servem também como amortecedores de impacto. As lesões nesses discos podem ocorrer de forma traumática, mecânica e, como já mencionada, por meio de desgastes na articulação. Os discos podem se achatar com o excesso de peso e com a idade, podem se deslocar de sua cavidade comprimindo os nervos da coluna ou simplesmente se romper extravasando seu núcleo para fora, causando o que chamamos de “hérnia de disco”. As hérnias de disco são muito conhecidas e altamente dolorosas. A dor pode se localizar na coluna e frequentemente se irradiam para os membros inferiores. Em alguns casos a cirurgia pode ser indicada para seu tratamento.

Alterações mecânicas

Em relação aos problemas na coluna causados por alterações mecânicas, encontram-se nesses casos as lesões por esforço repetitivo, a má postura no trabalho ou na escola e as ocupações que utilizem máquinas com vibração intensa e prolongada.
Quando a duração da dor lombar ultrapassa três meses, pode-se considerar o problema como crônico. A lombalgia crônica é comum na população adulta e nos idosos, podendo afetar a qualidade de vida de forma importante, provocando o isolamento social e em alguns casos à depressão.

Tratamento

Inúmeros são os tratamentos médicos para os casos de lombalgia. Analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e antidepressivos podem ser indicados, dependendo de cada caso. Procedimentos invasivos como infiltrações, bloqueio facetário e aplicações de radiofrequência são utilizados em casos específicos de dor intensa ou crônica.
O tratamento para a lombalgia varia de caso para caso, portanto, nunca acredite que um tratamento que deu certo para uma pessoa dará certo para todos. Isto pode levar à automedicação, o que na maioria dos casos, agrava o problema. A avaliação médica é imprescindível para o diagnóstico e tratamento adequado da lombalgia.
Para a reabilitação, a fisioterapia é indicada na maioria dos casos e auxilia tanto na redução da dor, como na melhora das funções musculares e posturais. Utiliza-se de correntes analgésicas, ultrassom e calor, associados a exercícios posturais. O Pilates pode ser empregado auxiliando na melhora da força e estabilidade muscular. Para as alterações como a escoliose e hiperlordose a Reeducação Postural Global (RPG) é o tratamento mais eficaz. A acupuntura também pode auxiliar na melhora da dor nos casos de lombalgia.

Posturas corretas e dicas

A postura adequada, em casa, no trabalho e na escola é fundamental para o bem estar da coluna. Quem apresenta lombalgia deve evitar ficar muito tempo na mesma posição, pois isto provoca aumento da tensão muscular e consequentemente, da dor. A pior posição para a coluna lombar é a posição sentada, pois nesta, a pressão os discos é maior. Deve-se, portanto, variar a postura a cada 40 a 50 minutos. Pra quem fica muito tempo em pé, recomenda-se o uso de um apoio para o pé, como um degrau no qual se deve alternar o pé apoiado. Para quem tem hiperlordose lombar, orienta-se evitar o uso de saltos altos, pois estes aumentam a tensão lombar.
O que sempre indico para os pacientes com lombalgia é a prática de atividades físicas que não sobrecarreguem o local e cada caso oferece a prescrição de uma modalidade mais adequada. Outro ponto importante, principalmente quando o problema é crônico, é orientar o paciente a desfocar da dor, isto é, distrair-se e pensar em outras coisas. Para isto, recomendo a busca de atividades de lazer de uma maneira geral, a dança, jogos de mesa e o convívio social, dentre outras coisas. Fique atento se apresentar algum tipo de dor lombar para que prevenindo logo de início, ela não se torne um problema crônico.


Sobre o autor: Sergio Fernando Zavarize é Fisioterapeuta nascido em Mogi Mirim e graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Fez Mestrado e Doutorado também pela PUC de Campinas.
Atua como fisioterapeuta e professor universitário. Tem 25 anos de experiência na área da Fisioterapia com ênfase em Postura Corporal, Reeducação Postural, Problemas de Coluna, Fisioterapia Esportiva, Ortopedia, Geriatria e Tratamento de Dores Crônicas.
É proprietário da clínica “Fisio Terapêutica Zavarize”, situada à Rua Padre José nº 396, no centro de Mogi Mirim. Fone (19) 3862-4180.

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