segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O ESTRESSE E OS MÚSCULOS

Prof. Sergio Fermndo Zavarize
Outro assunto abordado pelo prof.Zavarize ,e muito pertinente para essa época atual, é o efeito do estresse sobre nossos músculos ....

 ESTRESSE E OS MÚSCULOS

O Estresse é um conjunto de reações do organismo tanto físicas como mentais às agressões de ordens diversas, capaz de alterar o equilíbrio do nosso corpo. A palavra se origina do Inglês e pode ser traduzida como tensão, pressão, estafa, dentre outras.
Nosso organismo está preparado para as reações de emergência ou perigo pela ação do sistema nervoso simpático, que é uma parte do sistema nervoso responsável pelas reações de lutar ou fugir. Esse sistema existe no ser humano, assim como nos animais e tem a função de proteção.
Por exemplo: se lá no princípio dos tempos, nosso ancestral ao sair em busca da caça se deparasse com um leão feroz, imediatamente o seu corpo iria reagir pela ação do sistema nervoso simpático com a aceleração dos batimentos cardíacos, sudorese (suor) abundante, dilatação das pupilas, aumento da frequência respiratória, aumento do fornecimento de sangue para os músculos, dentre outras alterações. Essas reações automáticas preparam o corpo para duas situações: fugir ou lutar! É como se a energia do nosso corpo ficasse toda concentrada para aquele momento e o corpo terá realmente maiores condições de alcançar respostas rápidas, com força e precisão. Por conta dessas reações que ouvimos histórias de mães que conseguem levantar um carro para tirar seu filhinho que estava debaixo ou abrirem a boca de jacarés para salvarem seu filho. Esta força é proveniente da reação do sistema nervoso simpático ao estresse momentâneo.
Em contrapartida, no nosso cotidiano não é comum encontrarmos leões pelas ruas ou jacarés querendo nos devorar, mas temos outras “feras” que são estressoras por natureza. As más condições de trabalho, a competitividade, problemas de relacionamentos, problemas financeiros e doenças, são as feras da atualidade. Estes fatores estressantes podem permanecer por muito tempo e nosso corpo sofre muito com isso.
Realmente se vivermos em constante estado de tensão e estresse por muito tempo, causados pelo excesso de ansiedade e também decorrentes dos quadros de depressão, teremos sérias consequências para a saúde. É muito comum as pessoas trabalharem mais do que oito horas no dia, em um ritmo bastante acelerado. As posturas no trabalho e na escola, nem sempre são ideais. As pressões por produção no trabalho também são grandes.
Portanto, os problemas afetivos e emocionais, a alimentação inadequada, as poucas horas de sono, e a fadiga constante, podem levar a um desgaste excessivo que proporciona um desequilíbrio orgânico. Este desequilíbrio se não for tratado adequadamente e persistir por muito tempo poderá causar diversas alterações e dentre elas podemos citar o enfraquecimento do sistema imunológico (sistema de defesa do corpo); alterações digestivas (aumento na acidez podendo causar gastrites e úlceras); alterações cardiovasculares diversas; alterações respiratórias (rinites alérgicas, crises asmáticas); alterações na pele (alergias, irritações); alterações musculares e dos tendões (câimbras, tendinites e contraturas).
O estado excessivo de estresse especificamente nos músculos leva a um aumento de sua tensão, isto é, eles ficam mais rígidos e perdem a elasticidade. Nesses casos é muito comum o aparecimento frequente de câimbras e torcicolos. Há também um comprometimento da circulação e maior acúmulo de ácido lático. Se esta rigidez permanecer por muito tempo, vai causar a Fibromiosite que é uma inflamação crônica no músculo. Todas estas alterações podem também provocar uma maior incidência de contusões musculares, estiramentos, contraturas, etc.
O melhor meio de evitar o estresse muscular é por meio de uma alimentação balanceada, da prática de exercícios físicos pelo menos três vezes na semana, dormir em média cerca de oito horas por noite e ter um lazer semanal, que pode ou não estar ligado a pratica de algum tipo de exercício físico ou esporte.

No caso específico do stress muscular, recomenda-se o alongamento diário como melhor forma de prevenção, pois mantém a elasticidade e a oxigenação dos tecidos. Exercícios na água como a natação e a hidroginástica também são muito benéficos aos músculos, pois melhoram sua força e flexibilidade e proporcionam um relaxamento.
Quando a dor é muito intensa, pode-se usar a massagem para estimular um maior relaxamento das fibras musculares e nos casos onde há a Fibromiosite o tratamento deverá ser feito através da fisioterapia para eliminar a dor, a inflamação e ainda melhorar a flexibilidade dos músculos comprometidos.


Sobre o autor: Sergio Fernando Zavarize é Fisioterapeuta nascido em Mogi Mirim e graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Fez Mestrado e Doutorado também pela PUC de Campinas.
Atua como fisioterapeuta e professor universitário. Tem 25 anos de experiência na área da Fisioterapia com ênfase em Postura Corporal, Reeducação Postural, Problemas de Coluna, Fisioterapia Esportiva, Ortopedia, Geriatria e Tratamento de Dores Crônicas.
É proprietário da clínica “Fisio Terapêutica Zavarize”, situada à Rua Padre José nº 396, no centro de Mogi Mirim. Fone (19) 3862-4180.

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