Prof. Dr. Sergio Fernando Zavarize |
Segundo o Prof. Dr. Sergio Fernando Zavarize,www.fisiozavarize.com.br as lesões por esforço repetitivo ou LER existem há muito tempo, mas com o desenvolvimento da informática, dos jogos em mídia e do maquinário moderno nas empresas, elas têm se tornado bem mais frequentes. Este tipo de lesão é mais comum nos membros superiores em ombros, braços e punhos. Normalmente ocorre devido a movimentos realizados por muitas horas seguidas e por longos períodos.
O aparecimento deste tipo de
lesão pode estar associado à maneira incorreta de se utilizar o
corpo (postura) para a realização de um tipo específico de
trabalho ou de movimento. A mobília inadequada (mesas, computadores,
balcões, máquinas, etc.) sem os padrões corretos de ergonomia,
também favorecem o aparecimento da LER.
A lesão mais comum nestes
casos é a Tendinite, que nada mais é do que a inflamação de um ou
mais tendões. Se ela ocorrer na junção do tendão com osso é
chamada de Tendinite de Inserção. O termo Tenossinovite é usado
quando além do tendão, houver uma lesão da bainha que acompanha
esse tendão. Outro nome frequentemente utilizado é a Tendinopatia,
referindo-se à doença do tendão. Se uma tendinite durar por muito
tempo, poderá haver depósito de cristais e calcificação do
tendão, denominando-se então, Tendinite Calcificante.
As tendinites têm suas
causas quase sempre relacionadas a alguns tipos de atividades. Por
exemplo, o trabalho onde o indivíduo use muitas horas durante o dia
o punho ou ombro, ou ainda no esporte que sobrecarrega alguma região
específica do corpo. Como os tendões existem por todo o nosso
corpo, haverá vários locais onde a tendinite poderá se instalar
como, por exemplo, no punho, ombro, joelho, cotovelo, tornozelo,
dentre outros, sempre próxima a uma articulação.
Mas
por que a tendinite ocorre? Geralmente em consequência de traumas
repetidos ou micro-traumas por uso excessivo e incorreto de uma
região, causando inflamação no tendão. Ela ainda, pode ocorrer
devido a alterações metabólicas (gota) ou reumáticas.
Em relação aos sintomas, o
tendão geralmente fica muito doloroso e a dor aumenta com o
movimento. Há ainda, um aumento da temperatura no local e a pessoa
tem a impressão que a força está diminuída naquela região.
Quando se palpa o tendão ele se apresenta bastante dolorido.
Um
dado muito importante e que recentemente tem chamado muita atenção,
principalmente para as empresas, é que alguns tipos de tendinite, se
não tratada e diagnosticada a tempo, o funcionário poderá não se
restabelecer por completo para mesma atividade. Isto é muito
alarmante, tanto para as grandes empresas quanto para o próprio
empregado que poderá ser substituído para aquela função. Devido
aos resultados dessas últimas pesquisas, as empresas têm se
empenhado cada vez mais na utilização de exercícios laborais e da
implementação da Ergonomia junto aos seus empregados.
Os
exercícios laborais visam principalmente o alongamento muscular e a
correção da postura, para o preparo do indivíduo para o seu tipo
específico de função. Já a Ergonomia é uma ciência que estuda
as diversas atividades profissionais e cria as condições ideais
para que o indivíduo exerça a sua atividade sem risco de causar
prejuízo para seu corpo. Por exemplo, no caso do digitador, a
incidência da tendinite de punho é muito grande, pois as condições
de trabalho como tipo cadeira, altura dos teclados e tempo de
trabalho, nem sempre são adequados. A Ergonomia cria as normas para
as mobílias e aparelhos em função do tempo de atividade, para que
o trabalhador não fique propício a desenvolver a LER.
Na
prática clínica tenho observado o surgimento de lesões por esforço
repetitivo a certas questões emocionais. A insatisfação com o
ambiente de trabalho, um relacionamento ruim com os colegas ou com a
chefia imediata, parecem estar ligados, em alguns casos, ao
aparecimento da patologia.
Vejam
bem: se a mobília e as máquinas estiverem adequadas para a função,
ou o indivíduo está usando o seu corpo incorretamente, ou existe
algum fator externo provocando a sensibilização do local. Este
fator externo pode ser nitidamente observado como um desequilíbrio
emocional ou psicológico. Esta hipótese justifica o fato de que em
centenas de pessoas que exercem a mesma função, apenas uma pequena
porcentagem é atingida pela LER. Se não fosse assim, todos sem
exceção, apresentariam os mesmos problemas. É claro que não
podemos desconsiderar os casos causados por questões meramente
físicas.
Como
na grande maioria dos problemas de saúde a prevenção é de
fundamental importância para esses tipos de lesão. Um bom ambiente
de trabalho, associado a uma mobília e maquinas ergonomicamente
adequadas, posturas corretas para a função, tempo de descanso
adequado, prática de exercícios laborais, se constituem como
instrumentos capazes de impedir o surgimento da LER. Quando isto não
é possível o tratamento Fisioterapêutico é indicado e se utiliza
de aplicações de correntes analgésicas,
ultrassom,
exercícios de fortalecimento e alongamento para recuperação da
função.
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