terça-feira, 24 de dezembro de 2013

LESÕES POR ESFORÇO REPETITIVO - L.E.R.

Prof. Dr. Sergio Fernando Zavarize

Segundo o Prof. Dr. Sergio Fernando Zavarize,www.fisiozavarize.com.br as lesões por esforço repetitivo ou LER existem há muito tempo, mas com o desenvolvimento da informática, dos jogos em mídia e do maquinário moderno nas empresas, elas têm se tornado bem mais frequentes. Este tipo de lesão é mais comum nos membros superiores em ombros, braços e punhos. Normalmente ocorre devido a movimentos realizados por muitas horas seguidas e por longos períodos.

O aparecimento deste tipo de lesão pode estar associado à maneira incorreta de se utilizar o corpo (postura) para a realização de um tipo específico de trabalho ou de movimento. A mobília inadequada (mesas, computadores, balcões, máquinas, etc.) sem os padrões corretos de ergonomia, também favorecem o aparecimento da LER.
A lesão mais comum nestes casos é a Tendinite, que nada mais é do que a inflamação de um ou mais tendões. Se ela ocorrer na junção do tendão com osso é chamada de Tendinite de Inserção. O termo Tenossinovite é usado quando além do tendão, houver uma lesão da bainha que acompanha esse tendão. Outro nome frequentemente utilizado é a Tendinopatia, referindo-se à doença do tendão. Se uma tendinite durar por muito tempo, poderá haver depósito de cristais e calcificação do tendão, denominando-se então, Tendinite Calcificante.
As tendinites têm suas causas quase sempre relacionadas a alguns tipos de atividades. Por exemplo, o trabalho onde o indivíduo use muitas horas durante o dia o punho ou ombro, ou ainda no esporte que sobrecarrega alguma região específica do corpo. Como os tendões existem por todo o nosso corpo, haverá vários locais onde a tendinite poderá se instalar como, por exemplo, no punho, ombro, joelho, cotovelo, tornozelo, dentre outros, sempre próxima a uma articulação.
Mas por que a tendinite ocorre? Geralmente em consequência de traumas repetidos ou micro-traumas por uso excessivo e incorreto de uma região, causando inflamação no tendão. Ela ainda, pode ocorrer devido a alterações metabólicas (gota) ou reumáticas.
Em relação aos sintomas, o tendão geralmente fica muito doloroso e a dor aumenta com o movimento. Há ainda, um aumento da temperatura no local e a pessoa tem a impressão que a força está diminuída naquela região. Quando se palpa o tendão ele se apresenta bastante dolorido.
Um dado muito importante e que recentemente tem chamado muita atenção, principalmente para as empresas, é que alguns tipos de tendinite, se não tratada e diagnosticada a tempo, o funcionário poderá não se restabelecer por completo para mesma atividade. Isto é muito alarmante, tanto para as grandes empresas quanto para o próprio empregado que poderá ser substituído para aquela função. Devido aos resultados dessas últimas pesquisas, as empresas têm se empenhado cada vez mais na utilização de exercícios laborais e da implementação da Ergonomia junto aos seus empregados.
Os exercícios laborais visam principalmente o alongamento muscular e a correção da postura, para o preparo do indivíduo para o seu tipo específico de função. Já a Ergonomia é uma ciência que estuda as diversas atividades profissionais e cria as condições ideais para que o indivíduo exerça a sua atividade sem risco de causar prejuízo para seu corpo. Por exemplo, no caso do digitador, a incidência da tendinite de punho é muito grande, pois as condições de trabalho como tipo cadeira, altura dos teclados e tempo de trabalho, nem sempre são adequados. A Ergonomia cria as normas para as mobílias e aparelhos em função do tempo de atividade, para que o trabalhador não fique propício a desenvolver a LER.
Na prática clínica tenho observado o surgimento de lesões por esforço repetitivo a certas questões emocionais. A insatisfação com o ambiente de trabalho, um relacionamento ruim com os colegas ou com a chefia imediata, parecem estar ligados, em alguns casos, ao aparecimento da patologia.
Vejam bem: se a mobília e as máquinas estiverem adequadas para a função, ou o indivíduo está usando o seu corpo incorretamente, ou existe algum fator externo provocando a sensibilização do local. Este fator externo pode ser nitidamente observado como um desequilíbrio emocional ou psicológico. Esta hipótese justifica o fato de que em centenas de pessoas que exercem a mesma função, apenas uma pequena porcentagem é atingida pela LER. Se não fosse assim, todos sem exceção, apresentariam os mesmos problemas. É claro que não podemos desconsiderar os casos causados por questões meramente físicas.
Como na grande maioria dos problemas de saúde a prevenção é de fundamental importância para esses tipos de lesão. Um bom ambiente de trabalho, associado a uma mobília e maquinas ergonomicamente adequadas, posturas corretas para a função, tempo de descanso adequado, prática de exercícios laborais, se constituem como instrumentos capazes de impedir o surgimento da LER. Quando isto não é possível o tratamento Fisioterapêutico é indicado e se utiliza de aplicações de correntes analgésicas, ultrassom, exercícios de fortalecimento e alongamento para recuperação da função.






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