PSICANALISE NÃO VERBAL/2
Esta pesquisa não enfocará a história dos
surdos, mas utilizará alguns dados da mesma para os enlaces
necessários ao desenvolvimento do tema, que é o de atingir a
compreensão sobre a relação do surdo com esta história, ao longo
dos tempos. Para tanto foram estabelecidos alguns recortes que
possibilitem a apreensão desta relação. Desde que a humanidade
existe, existem surdos. E, como não pode deixar de ser, a história
destes foi atravessada pelas idéias que circularam ao longo dos
séculos, marcando e delimitando territórios teóricos, políticos,
sociais, culturais e psíquicos da construção de subjetividades.
Etimologicamente, a palavra surdo tem origem no latim (surdus) e no
grego (kophós) designativo de uma situação dupla: o homem que não
escuta e o homem que não é entendido.Também indica o entorpecido,
passando a significar, depois de Homero (kopháomai), referente ao
ato de ficar mudo, ser estúpido ou insensível. Na primeira
designação ‘ o homem que não escuta e o homem que não é
entendido’ há uma referência à qualidade daquela pessoa que, por
sua singularidade, a diferencia das demais. Já, após Homero, com a
significação de ‘mudo’ introduz-se um equívoco, ou seja, de
que o surdo não fala e, aprofundando mais, que a fala é entendida
no âmbito único da oralidade. Também, introduz-se a idéia de
dupla falta: incapacidade física (órgão auditivo defeituoso) e
incapacidade emocional (estúpido e insensível). Esse equívoco
trouxe conseqüências negativas para o surdo e sua comunidade
conforme veremos através dos fatos históricos que passaremos a analisar..
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