sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O SURDO: SUA HISTÓRIA, SUA LÍNGUA, SUA CULTURA


PSICANALISE NÃO VERBAL/2


Esta pesquisa não enfocará a história dos surdos, mas utilizará alguns dados da mesma para os enlaces necessários ao desenvolvimento do tema, que é o de atingir a compreensão sobre a relação do surdo com esta história, ao longo dos tempos. Para tanto foram estabelecidos alguns recortes que possibilitem a apreensão desta relação. Desde que a humanidade existe, existem surdos. E, como não pode deixar de ser, a história destes foi atravessada pelas idéias que circularam ao longo dos séculos, marcando e delimitando territórios teóricos, políticos, sociais, culturais e psíquicos da construção de subjetividades. Etimologicamente, a palavra surdo tem origem no latim (surdus) e no grego (kophós) designativo de uma situação dupla: o homem que não escuta e o homem que não é entendido.Também indica o entorpecido, passando a significar, depois de Homero (kopháomai), referente ao ato de ficar mudo, ser estúpido ou insensível. Na primeira designação ‘ o homem que não escuta e o homem que não é entendido’ há uma referência à qualidade daquela pessoa que, por sua singularidade, a diferencia das demais. Já, após Homero, com a significação de ‘mudo’ introduz-se um equívoco, ou seja, de que o surdo não fala e, aprofundando mais, que a fala é entendida no âmbito único da oralidade. Também, introduz-se a idéia de dupla falta: incapacidade física (órgão auditivo defeituoso) e incapacidade emocional (estúpido e insensível). Esse equívoco trouxe conseqüências negativas para o surdo e sua comunidade conforme veremos através dos fatos históricos que passaremos a analisar..

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