segunda-feira, 5 de agosto de 2013

OS ÁRDUOS CAMINHOS DA COMUNIDADE SURDA

PSICANALISE NÃO VERBAL/5
No final do século XIX e início do século XX a comunidade surda trilhou por árduos caminhos. Interesses políticos, econômicos e religiosos promoveram um movimento de desintegração da comunidade surda por entenderem que não havia meios de controle sobre este grupo devido à diferença lingüística. 
Na época, buscava-se um Estado unitário com o uso de uma língua comum – a oral. 
A língua de sinais passou a ser entendida como uma língua auxiliar, sendo que o seu uso exclusivo seria designado somente àqueles que não pudessem desenvolver a oralidade, por incapacidade ou treinamento intelectual inadequado. Assim, as pessoas que usavam sinais eram consideradas inferiores ao resto da humanidade e, conseqüentemente, a língua de sinais tinha uma natureza inferior às línguas orais. Este retrocesso conceitual promove o desmantelamento das escolas e das associações de surdos e os marginalizam. Tais acepções refletem as condições a que os surdos estão submetidos até os dias de hoje. O Congresso de Milão representou o maior evento repressivo contra os surdos, sua língua e sua cultura. Em suas promulgações proibiu os surdos de falarem a língua de sinais em lugares públicos e privados. Observou-se, após a proibição, um forte sentimento de vergonha e de inferioridade por parte dos surdos mais jovens, ao surgirem traços que denunciavam sua origem.
Com isso, a língua de sinais foi desqualificada, os surdos foram considerados de segunda categoria.

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