PSICANALISE NÃO VERBAL/5
No final do século XIX e início do século XX a
comunidade surda trilhou por árduos caminhos. Interesses políticos,
econômicos e religiosos promoveram um movimento de desintegração
da comunidade surda por entenderem que não havia meios de controle
sobre este grupo devido à diferença lingüística.
Na época,
buscava-se um Estado unitário com o uso de uma língua comum – a
oral.
A língua de sinais passou a ser entendida como uma língua
auxiliar, sendo que o seu uso exclusivo seria designado somente
àqueles que não pudessem desenvolver a oralidade, por incapacidade
ou treinamento intelectual inadequado. Assim, as pessoas que usavam
sinais eram consideradas inferiores ao resto da humanidade e,
conseqüentemente, a língua de sinais tinha uma natureza inferior às
línguas orais. Este retrocesso conceitual promove o desmantelamento
das escolas e das associações de surdos e os marginalizam. Tais
acepções refletem as condições a que os surdos estão submetidos
até os dias de hoje. O Congresso de Milão representou o maior
evento repressivo contra os surdos, sua língua e sua cultura. Em
suas promulgações proibiu os surdos de falarem a língua de sinais
em lugares públicos e privados. Observou-se, após a proibição, um
forte sentimento de vergonha e de inferioridade por parte dos surdos
mais jovens, ao surgirem traços que denunciavam sua origem.
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