segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Os Torturadores de Animais

“Qualquer pessoa que, uma vez, chegue à conclusão de que a vida de qualquer animal é indigna de ser vivida, existe o risco de que um dia ele também chegue a conclusão de que a vida humana não vale nada,”escreveu certa vez o humanista Albert Schweitzer.

Hoje, os atos violentos contra animais são considerados indicadores de transtorno mental. Nos Estados Unidos, estudos têm convencido sociólogos, legisladores e tribunais de que atos de crueldade contra animais merecem sim a nossa atenção. Esses atos podem ser os primeiros sinais de uma doença mental que levará os atacantes a serem violentos com seres humanos.
“Assassinos … suas carreiras muitas vezes começam na infância, torturando ou matando animais,” disse o agente do FBI Robert K. Ressler, o mais famoso especialista em serial killers.
Ressler não está sozinho.
“Uma das coisas mais perigosas que pode acontecer a uma criança é matar ou torturar um animal e não acontecer nada com ela.” Margaret Mead, antropologista.
“Desde quando eu era um jovem promotor eu testemunho a correlação direta entre crueldade de animais e violência contra seres humanos. O abuso de animais é o primeiro indicador doméstico de violência. Uma criança que abusa de animais, exibe desprezo pela vida e mais cedo ou mais tarde irá atacar pessoas.”Jeanine Pirro, Promotor do Condado de Westchester, Nova York.
Abuso e violência contra animais podem ser sintomas de um profundo distúrbio. Pesquisas nos campos da psicologia e criminologia mostram que pessoas que começam abusando de animais, seja na infância ou na vida adulta, acabam perpetuando os mesmos abusos contra pessoas.
O FBI foi o primeiro a descobrir essa ligação. Desde os anos 70, quando as informações de crimes puderam ser armazenadas em bancos de dados devido ao surgimento da computação e melhor analisadas, eles notaram que repetidos atos de violência contra animais é uma das características comuns em estupradores seriais e assassinos com psicopatia. Estudos atuais mostram que criminosos violentos são mais suscetíveis a abusar de animais. Em 2010, a Universidade da Flórida realizou um estudo com pacientes do seu departamento de psiquiatria que repetidamente torturavam cães e gatos. O estudo mostrou que todos eles mostravam altos níveis de agressividade para com pessoas, inclusive um dos pacientes havia assassinado uma criança.
Outro estudo realizado pela Universidade do Noroeste (Boston) e pelo Massachusetts SPCA (Sociedade de Prevenção Contra Crueldade a Animais) concluiu que pessoas que na infância abusam de animais, são cinco vezes mais propensas a cometerem crimes violentos contra humanos. Os pesquisadores entrevistaram centenas de prisioneiros que estão no corredor da morte da Penitenciária de San Quentin na Califórnia e mais de 80% deles afirmaram terem cometidos abusos contra animais na infância.
Crianças podem abusar de animais a fim de imitar um membro abusivo da família. Também podem abusar de animais a fim de descarregar sua raiva e ansiedade. Mas também podem abusar de animais pelo simples fato de serem maus. De qualquer forma, deve-se ficar atento.
A tortura e morte de animais é uma das características presentes em crianças com psicopatia. Já passou da hora das autoridades reconhecerem que o abuso para com qualquer ser vivo é inaceitável e constitui um perigo para a sociedade. Além disso, crianças devem ser ensinadas a respeitar os animais e cuidar deles. Se uma criança constantemente abusa de animais, mesmo após o conselho dos pais, é sinal de que algo deve ser feito.
É necessário que a sociedade exerça uma pressão maior em escolas e também nas autoridades judiciais em casos que envolvam abusos de animais. Leis devem deixar claro que o abuso contra esses seres vivos é inaceitável. Os pais devem ficar de olhos nos filhos, não devem ignorar o filho que age cruelmente com animais. Juízes, promotores, policiais, assistentes sociais e investigadores precisam reportar em relatórios abusos contra animais, isso será importante para avaliar se alguém representa uma ameaça à família e á sociedade. 

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