LÍNGUA(GEM) E A SUBJETIVIDADE (Psicanalise não verbal)
Foi com os estudos da psicanálise que se propôs que toda relação com a língua acontece fundamentalmente a partir do inconsciente, contemplando os processos da relação da subjetividade com a língua e seu lugar estruturante na constituição do sujeito.
Foi com os estudos da psicanálise que se propôs que toda relação com a língua acontece fundamentalmente a partir do inconsciente, contemplando os processos da relação da subjetividade com a língua e seu lugar estruturante na constituição do sujeito.
Ao pesquisar sobre os estudos desenvolvidos sobre a língua e a surdez Behares e Peluso (1997, p.40), constataram que os conceitos de primeira língua/língua natural/ língua materna se apresentavam sobrepostos, criando equívocos. Em função disso buscaram explicitar os conceitos acima citados. Definiram como língua natural dos surdos, a língua de sinais devido “... ao fato de que na presença dela o acesso do surdo é imediato, seja por que sua estrutura visual-manual lhe facilita (enquanto que a língua oral só é acessível com apoio de um treinamento planificado), seja por que, o fato de ser a língua de sua comunidade de referência torna possível a interação espontânea (o que não é possível em uma língua oral)”. E, definiram a primeira língua, como àquela que faz referência aos fatores temporais, ou seja, a que ingressa em primeiro lugar no repertório da criança, atravessando o bebê nos primeiros tempos de vida, inscrevendo-o no simbólico.
A partir dessa
definição, propuseram que a língua oral seria a língua materna
dos surdos filhos de pais ouvintes. A língua oral teria um lugar
privilegiado já que produziria a inscrição da criança surda no
simbólico, ainda que, essa criança não possa vir a se constituir
dona da mesma. Essa inscrição se daria, então, de modo muito
particular e teria vicissitudes a serem consideradas nessa
constituição psíquica, uma vez que, os surdos crêem-se falantes
nativos da língua de sinais e não da língua oral. Para o autor
essa crença ficaria ao nível do imaginário e a língua oral é a
que se manteria como língua materna, e, portanto, estreitamente
vinculada à estruturação do sujeito.
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